Desenho do filho de Deise é colocado sobre o caixão no velório e deixa todos os presentes emocionados
Deise dos Anjos faleceu na prisão após ser acusada de assassinato.
O cemitério do Caju, em Nova Santa Rita, foi o cenário de uma cerimônia fúnebre que se destacou pela discrição e brevidade nesta sexta-feira. Deise, que foi encontrada sem vida em sua cela na Penitenciária Feminina de Guaíba na quinta-feira, foi sepultada após receber as últimas homenagens de familiares e amigos.
A falecida estava sendo investigada por um caso que abalou profundamente o município de Torres, no Litoral Norte gaúcho. Ela era apontada como a principal suspeita de ter envenenado a farinha usada no preparo de um bolo natalino, o que resultou na morte de três pessoas.
As investigações ganharam novos contornos quando surgiram indícios de que Deise poderia estar envolvida em outro assassinato. A polícia passou a suspeitar que ela também teria envenenado seu sogro, em um episódio ocorrido em setembro, aumentando a gravidade das acusações contra ela.
Durante a cerimônia, cerca de 30 pessoas marcaram presença, e o evento não durou mais que três horas. A ausência de membros da família Anjos foi notável, incluindo a de Diego Silva dos Anjos, ex-marido de Deise, e o filho do casal, uma criança de apenas 9 anos. Muitos se questionaram sobre as razões para a ausência de pessoas tão próximas.
Um dos momentos mais emocionantes do velório aconteceu quando o filho de Deise depositou sobre o caixão um desenho que havia feito. A homenagem simples, mas carregada de afeto, comoveu profundamente todos os presentes, que não conseguiram conter a emoção diante de tanta dor.
O cortejo fúnebre teve início pontualmente às 10h, com um veículo transportando o caixão enquanto os participantes seguiam atrás sob o sol forte. A inumação aconteceu pouco antes das 10h25, em um ambiente de respeito e silêncio.
Apesar de o clima da cerimônia ser de luto, as investigações sobre as mortes em Torres continuam em andamento. O caso ainda é um dos mais impactantes do Litoral Norte gaúcho nos últimos anos. A comunidade local segue atenta aos desdobramentos e à busca por justiça.
Embora a morte de Deise tenha encerrado o processo judicial sobre sua responsabilidade, a complexidade dos fatos ainda gera muitas dúvidas. Os moradores de Torres estão divididos, com alguns acreditando em sua culpabilidade, enquanto outros questionam as evidências apresentadas pelas autoridades. Este caso segue mexendo com a população da região, que aguarda mais respostas.
Além disso, a repercussão do caso tem levado a debates sobre a segurança nas penitenciárias do estado. A morte de uma presa em circunstâncias tão misteriosas levanta questões sobre as condições dentro das instituições prisionais e a eficácia das investigações realizadas após eventos como este.
Enquanto isso, familiares de Deise enfrentam o luto e a dor de uma perda inesperada. A situação é especialmente difícil para o filho do casal, que, sem o apoio da família imediata, terá de lidar com a ausência de sua mãe de maneira solitária, carregando consigo o peso do legado conturbado que ela deixou.
As autoridades continuam a investigar, e a história de Deise dos Anjos permanece marcada pela tragédia que abalou não apenas sua família, mas toda a comunidade local.
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