Filha de mulher que perdeu a vida após realizar cirurgia plástica em BH diz que se sente ‘Despedaçada’
Morte de pedagoga após cirurgia gera indignação e clamor por justiça
A morte de Claudineia Francisca Lima, de 46 anos, após complicações decorrentes de uma cirurgia, tem gerado grande comoção e um apelo por justiça por parte de sua família, que está devastada pela perda. A pedagoga, que trabalhava na zona rural do município de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, faleceu na última semana após um procedimento cirúrgico para corrigir uma hérnia epigástrica, combinado com uma abdominoplastia.
A cirurgia foi realizada em um hospital-dia na região Centro-Sul de Belo Horizonte, e a família alega que houve uma série de falhas na assistência médica e intercorrências durante o processo. A filha de Claudineia, Ana Carolina de Faria Lima, técnica de enfermagem, expressou sua dor: “Vamos procurar Justiça porque não quero que nenhuma outra família passe por isso. Estou despedaçada.”
Inicialmente, Claudineia planejava realizar apenas a cirurgia para correção da hérnia, mas acabou optando por associá-la a um procedimento estético para melhorar o formato dos glúteos e uma lipoaspiração na região das costas. A escolha pelo cirurgião plástico Marcelo Regianni foi feita após uma busca por um profissional que pudesse realizar todos os procedimentos. No entanto, a família alega que a paciente não foi devidamente informada sobre todas as etapas da cirurgia, e Claudineia ficou surpresa ao descobrir que a lipoaspiração foi realizada, apesar de não ter sido mencionada inicialmente.
Após o procedimento, Claudineia passou a apresentar desconforto na garganta, inicialmente atribuídos às intubações realizadas durante a cirurgia, algo que não havia sido informado à família. Com o passar do tempo, os sintomas pioraram, com dores intensas e falta de ar, sendo inicialmente tratados como uma crise de ansiedade pela equipe médica. No entanto, o quadro de Claudineia se agravou, com inchaço no rosto e pescoço, o que gerou grande preocupação entre os profissionais de saúde.
De acordo com a filha, Ana Carolina, houve dificuldades em obter adrenalina, e a equipe médica demorou a identificar a gravidade da situação. A paciente foi transferida para outra unidade de saúde, mas mesmo ali, o diagnóstico continuou sendo tratado como um choque anafilático. Foi só após a família acionar o plano de saúde que Claudineia foi levada para um hospital particular, onde os médicos identificaram um furo na traqueia, exigindo cirurgia corretiva urgente.
Porém, devido à carência do plano de saúde, a paciente foi sugerida para transferência para um hospital público. A equipe médica do hospital público alertou a família sobre a gravidade do quadro e os riscos da cirurgia corretiva, dada a extensão do furo na traqueia. Durante o procedimento torácico, Claudineia sofreu duas paradas cardíacas e não resistiu.
Após a morte, a família soube de detalhes adicionais sobre o que pode ter ocorrido durante a cirurgia. A cunhada de Ana Carolina, por engano, foi conduzida a uma sala onde médicos discutiam o caso e ouviu que houve uma falha no processo de ventilação durante a cirurgia, com aparelhos que apresentaram problemas. A ventilação mecânica foi aplicada com força excessiva, o que pode ter causado o rompimento da traqueia.
O cirurgião responsável, Marcelo Regianni, declarou em nota que não houve intercorrências durante a cirurgia que indicassem risco para a paciente. Segundo ele, a piora do quadro foi causada pela demora no tratamento adequado, devido às transferências sucessivas entre hospitais.
A família de Claudineia contesta essa versão e busca justiça para evitar que casos semelhantes aconteçam novamente. A filha da vítima lamentou profundamente a perda e enfatizou a dor que estão enfrentando, destacando a importância de uma investigação minuciosa sobre o ocorrido.
O caso levanta questionamentos sobre os protocolos adotados em cirurgias estéticas, a comunicação entre médicos e pacientes, e a qualidade da assistência em hospitais de menor porte.
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