Homem mata a namorada e esconde corpo perto de escola municipal onde era vigia no oeste do Pará

Corpo de mulher desaparecida é encontrado em Santarém; companheiro confessa o crime

Chegaram ao fim as buscas por Gisele Ribeiro Batista, de 38 anos, que estava desaparecida desde o último dia 6 de abril. A Polícia Civil confirmou a morte da vítima após localizar seu corpo, enterrado nas proximidades de uma escola municipal em Santarém, no oeste do Pará.

As investigações indicam que o autor do crime é Raimundo Lopes, de 42 anos, companheiro da vítima e vigia da unidade escolar. Ele se aproveitou do acesso ao local de trabalho para esconder o corpo. Após ser preso, Raimundo confessou à polícia que matou Gisele durante uma discussão motivada por questões patrimoniais.

De acordo com o depoimento do suspeito, o relacionamento entre os dois já durava sete anos e vinha enfrentando dificuldades. Raimundo alegou que Gisele o pressionava para vender sua casa, o que teria gerado conflitos recorrentes. “Ela estava me chantageando demais, dizendo que ia tomar tudo o que eu tinha”, declarou o acusado.

A prisão do suspeito aconteceu durante uma ação conjunta entre a Polícia Militar e a Polícia Civil. A irmã de Gisele, que é policial militar e atua no mesmo batalhão que conduziu parte das investigações, foi quem identificou o envolvimento do companheiro da vítima no desaparecimento. Ela também confirmou à polícia que Gisele e Raimundo mantinham um relacionamento.

Segundo a delegada responsável pelo caso, Andreza Sousa, ainda não há confirmação do local exato onde o homicídio foi cometido. “Estamos analisando imagens de câmeras de segurança e ouvindo testemunhas para reconstruir a dinâmica do crime”, explicou.

Raimundo foi levado para a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), onde permanece detido à disposição da Justiça. O caso gerou forte comoção na cidade, especialmente entre os familiares da vítima, que clamam por justiça e por uma condenação exemplar.

A morte de Gisele se soma a uma preocupante estatística de feminicídios no país. Casos como esse revelam a urgência de políticas públicas mais eficazes de proteção às mulheres, além de maior investimento em programas de prevenção e apoio psicológico para vítimas de relacionamentos abusivos.

Moradores da região organizaram uma vigília em homenagem a Gisele, com velas, cartazes e mensagens de repúdio à violência de gênero. O ato também serviu como um grito coletivo por mais segurança e por ações preventivas que possam evitar novas tragédias.

O crime reabre discussões sobre o perigo oculto em relacionamentos afetivos marcados por controle, ameaças e chantagens emocionais. Especialistas reforçam que sinais de abuso não devem ser ignorados, e que é fundamental oferecer canais de denúncia acessíveis, além de acolhimento rápido e efetivo às vítimas.

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