Pai tirou a vida da filha de 8 anos depois de receber uma reclamação de escola, no ES
Menina de 8 anos é morta pelo próprio pai em caso brutal de violência doméstica
O caso chocante está sob investigação e mais uma vez evidencia a dura realidade da violência doméstica infantil no Brasil. Tragédias como essa continuam a abalar a sociedade, revelando o ciclo de brutalidade que, infelizmente, se instala justamente onde a criança deveria estar mais segura: dentro de casa.
De acordo com dados do Ministério dos Direitos Humanos, somente em 2023 foram registradas mais de 120 mil denúncias de violência contra crianças e adolescentes, muitas das quais cometidas por familiares próximos. Por trás desses números estão histórias de sofrimento, negligência e, muitas vezes, finais trágicos.
Na noite da última sexta-feira (11), no município de Cariacica, no Espírito Santo, a pequena Ana Victória Silva dos Santos, de apenas 8 anos, foi brutalmente assassinada pelo próprio pai, Welington Caio Nogueira, de 28 anos. A menina foi vítima de socos e golpes com um pedaço de madeira, principalmente na cabeça e na região das costelas.
Segundo o depoimento do agressor, a motivação teria sido o fato de a filha não ter feito o dever de casa e, supostamente, ter respondido de forma considerada “ofensiva”. A versão dada pelo pai não diminui o horror do crime, que teria se intensificado após agressões já ocorridas na noite anterior. Na sexta-feira, a criança passou a apresentar dificuldades respiratórias após as agressões, chegando inconsciente ao pronto atendimento, onde teve o óbito confirmado.
A madrasta da menina, presente no momento dos espancamentos, declarou ter ouvido os gritos, mas afirmou não ter interferido por medo do companheiro. Apesar do relato, ela foi liberada após prestar depoimento, uma vez que não havia elementos suficientes para a prisão em flagrante. A Polícia Civil continua apurando se houve omissão ou conivência.
O irmão gêmeo de Ana Victória, que também morava na residência, foi imediatamente acolhido pelo Conselho Tutelar e levado a um abrigo. A mãe das crianças, que reside em Minas Gerais, ainda não foi localizada. O corpo da menina só pôde ser liberado para sepultamento após a chegada de sua avó paterna, vinda da Bahia.
Casos como esse provocam um profundo questionamento sobre a eficácia da rede de proteção à infância no Brasil. Muitos sinais de abuso e negligência permanecem invisíveis ou não são tratados com a devida seriedade até que se convertam em tragédias irreparáveis.
É fundamental que o poder público invista em políticas de prevenção, acompanhamento psicológico familiar e programas de denúncia acessíveis e eficazes. A capacitação de professores, agentes de saúde e vizinhos como possíveis identificadores de violência pode ser a chave para salvar vidas.
A morte de Ana Victória, tão brutal quanto evitável, precisa ecoar como um chamado urgente para que a sociedade não normalize a violência doméstica e lute ativamente pela proteção das crianças. O silêncio, muitas vezes motivado pelo medo, também pode ser fatal.
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