Mulher trans e namorado que perderam a vida em ataque no ES, tem identidades reveladas

O caso segue sob investigação pelas autoridades locais.

Eventos clandestinos como rinhas de galo, além de configurarem práticas ilegais e de extrema crueldade contra os animais, frequentemente se tornam palco de tensões, rivalidades e episódios de violência entre seus participantes.

Apesar dos esforços das autoridades para coibir esse tipo de prática, ela ainda ocorre de forma recorrente em diversas regiões do Brasil, especialmente em áreas rurais, contribuindo para um ambiente de insegurança e para a ocorrência de crimes graves.

Na noite do último sábado (19), um episódio trágico foi registrado no município de Barra de São Francisco, na região Noroeste do Espírito Santo. Um homem e uma mulher trans foram mortos a tiros enquanto voltavam de uma rinha de galo.

O crime aconteceu em uma estrada rural na localidade de Córrego Areia Branca. As vítimas, Valkiria Ferreira da Silva, de 32 anos, e Natan Lima Bolzan, de 20, estavam em uma motocicleta quando foram surpreendidas pelos disparos.

De acordo com o boletim da Polícia Militar, ambos chegaram a cair da moto e tentaram fugir, mas foram atingidos e encontrados mortos a poucos metros de distância um do outro.

Testemunhas informaram à polícia que um homem usando jaqueta preta passou pelo local em uma motocicleta, efetuando os disparos. Apesar das diligências realizadas na área, até o momento nenhum suspeito foi detido.

Informações colhidas durante as investigações apontam que Valkiria e Natan, que viviam juntos como casal em Água Doce do Norte, participavam de eventos de rinha de galo.

Valkiria, que trabalhava como cabeleireira, era também conhecida na região por criar galos de briga. Em sua bolsa foram encontrados grãos de milho, medicamentos veterinários e acessórios típicos utilizados nessas competições clandestinas.

As primeiras apurações indicam que o duplo homicídio pode ter ligação com um conflito ocorrido dias antes, durante uma rinha realizada na cidade de Mantena, em Minas Gerais. Segundo relatos, Valkiria teria se desentendido e agredido um participante que também esteve presente no evento do dia do crime.

Os corpos das vítimas foram encaminhados ao Serviço Médico Legal de Colatina. A Delegacia Regional de Barra de São Francisco segue investigando o caso, buscando esclarecer as motivações e identificar os autores do crime.

Pode assistir ao vídeo aqui

Casos como esse evidenciam a necessidade urgente de um combate mais eficaz às rinhas de galo, não apenas pela proteção aos animais, mas também pelos riscos sociais e criminais que envolvem essas práticas ilegais.

Além disso, o duplo homicídio reacende discussões sobre a vulnerabilidade de pessoas trans em situações de conflito. A violência direcionada, muitas vezes invisibilizada, exige políticas públicas que garantam proteção e dignidade para essa parcela da população.

Por fim, a tragédia levanta um alerta sobre a presença de redes clandestinas atuando impunemente em áreas rurais, onde a fiscalização é mais difícil. Investimentos em inteligência policial, campanhas educativas e canais de denúncia eficazes são passos fundamentais para evitar novas perdas humanas e expor essas redes criminosas.

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