Trio é preso por planejar homicídio de morador de rua com transmissão ao vivo o caso aconteceu no Rio

Polícia Civil do Rio e Ciberlab atuam juntos para desmantelar grupo que planejava crime transmitido ao vivo

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu três pessoas suspeitas de planejar um crime bárbaro pelas redes sociais. De acordo com as investigações, o grupo pretendia assassinar uma pessoa em situação de rua e transmitir o ato ao vivo pela internet.

A chamada Operação Desfaçatez foi deflagrada no último domingo (20), com cumprimento de mandados de prisão nos bairros de Vicente de Carvalho, na Zona Norte, e Bangu, na Zona Oeste do Rio. A ação contou com o apoio do Ciberlab da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça.

Segundo a delegada Maria Luiza Arminio Machado, o crime seria cometido como uma “homenagem” ao nascimento de Adolf Hitler, ocorrido em 20 de abril. A articulação entre os suspeitos aconteceu por meio das redes sociais, e foi interceptada pelo setor de inteligência da Polícia Civil antes que pudesse ser executada.

Em coletiva de imprensa, a delegada reforçou que o monitoramento digital é contínuo, especialmente em plataformas de difícil rastreio, para impedir que crimes violentos ganhem espaço e visibilidade na internet.

Durante as investigações, os agentes identificaram um grupo ativo na plataforma Discord, onde os participantes compartilhavam atos cruéis, incluindo maus-tratos contra animais, indução à automutilação, estupro virtual, incitação ao ódio e manifestações racistas.

Um dos presos, Bruce Vaz de Oliveira, de 24 anos, se apresentava nas redes sociais como ativista ambiental. No entanto, segundo a polícia, ele organizava sessões de tortura e dissecação de animais adotados, transmitidas ao vivo no Discord. “Temos inclusive um documento do governo dos Estados Unidos que o liga a uma célula terrorista. Um verdadeiro psicopata”, afirmou o delegado Felipe Curi.

Outros dois envolvidos também foram identificados: Kayke Sant Anna Franco, de 19 anos, e Caio Nicholas Augusto Coelho, de 18. Um adolescente também foi apreendido durante a operação. A polícia informou ainda que há outros suspeitos sendo investigados.

Esse tipo de crime, que une sadismo, culto ao extremismo e exibição digital, exige novas estratégias das forças de segurança. Plataformas utilizadas principalmente por jovens, como o Discord, se tornaram terreno fértil para a propagação de crimes digitais graves, muitas vezes mascarados como “desafios” ou “comunidades alternativas”.

A operação evidencia o papel crucial da tecnologia aliada ao trabalho de inteligência na prevenção de atos de violência extrema. Ao identificar e desmontar essas redes, as autoridades não apenas evitam tragédias iminentes, mas também impedem que a internet seja utilizada como palco para o espetáculo do horror.

Casos como este também reforçam a urgência de políticas públicas voltadas à educação digital, à saúde mental e ao combate ao extremismo ideológico. É fundamental que escolas, famílias e plataformas digitais se unam no enfrentamento desse tipo de ameaça silenciosa, que muitas vezes cresce nas sombras do anonimato online.

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