Caso Bernardo: na prisão, polícia confirma morte de uma das condenadas pelo crime que que deixou o país em choque
Morre na prisão Edelvânia Wirganovicz, condenada por participação na morte de Bernardo Boldrini
A Polícia Penal confirmou, na última terça-feira (22), a morte de Edelvânia Wirganovicz no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre. Ela cumpria pena por envolvimento na morte do menino Bernardo Uglione Boldrini, crime que chocou o país em 2014. As primeiras informações indicam que a detenta pode ter cometido suicídio por enforcamento, embora a investigação oficial ainda esteja em andamento.
Após a confirmação do óbito, a Polícia Civil e o Instituto Geral de Perícias (IGP) assumiram as investigações para apurar as circunstâncias da morte. A causa ainda não foi oficialmente divulgada, mas os indícios apontam para suicídio, hipótese que deverá ser confirmada ou descartada após os laudos periciais.
Edelvânia foi condenada em 2019 a 22 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Em fevereiro deste ano, teve um pedido de prisão domiciliar negado pela Justiça e havia retornado ao regime semiaberto. Sua morte reacende lembranças de um dos casos mais cruéis e revoltantes da história criminal brasileira.
Relembre o caso
Bernardo Boldrini, de apenas 11 anos, desapareceu em abril de 2014, no município de Três Passos (RS). Cerca de dez dias depois, seu corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição, enterrado em uma cova às margens de um rio em Frederico Westphalen. A causa da morte foi identificada como uma overdose do medicamento Midazolam.
As investigações apontaram o envolvimento direto de quatro pessoas: Leandro Boldrini, pai da criança; Graciele Ugulini, madrasta de Bernardo; Edelvânia Wirganovicz, amiga da madrasta; e Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia. Todos foram denunciados por homicídio e ocultação de cadáver.
Edelvânia teve papel crucial no caso ao admitir participação no crime e indicar o local onde o corpo do menino havia sido enterrado. Isso foi fundamental para o avanço das investigações, mas também revelou a frieza com que o assassinato foi executado.
Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, foi o primeiro dos envolvidos a ser libertado, em janeiro do ano passado, após cumprir a pena imposta. Leandro Boldrini, o pai, está em regime semiaberto, enquanto Graciele Ugulini, madrasta do garoto, continua presa em regime fechado.
A morte de Edelvânia, embora ocorra anos após o crime, reacende a comoção nacional causada pelo caso Bernardo. O menino, que havia buscado ajuda contra os maus-tratos que sofria em casa, teve sua vida brutalmente interrompida, gerando indignação em todo o Brasil.
Além de expor falhas graves na rede de proteção à infância, o caso também levantou questões sobre o sistema de justiça, os limites do perdão social e a vulnerabilidade de crianças em ambientes familiares abusivos. Até hoje, o nome de Bernardo representa um símbolo de luta por justiça e por maior atenção às denúncias de violência doméstica.
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