Tiago Nicolau, o militar reformado da FAB identificado que foi obrigado a beber ácido durante assalto
Investigação continua após morte brutal de homem em Leme (SP)
A cidade de Leme, no interior de São Paulo, ainda tenta assimilar a trágica perda de Tiago Nicolau, de 30 anos. Ele era conhecido como um homem trabalhador, dedicado à família e querido por todos à sua volta. Sua morte foi confirmada oito dias após ser internado na Santa Casa da cidade, em decorrência de um assalto extremamente violento que chocou a população.
O crime aconteceu no dia 10 de junho, quando Tiago foi abordado por dois homens enquanto realizava uma atividade de rotina. Conforme informações divulgadas pela Polícia Militar, ele foi brutalmente agredido e forçado a ingerir uma substância corrosiva, posteriormente identificada como ácido. Os danos causados foram severos, atingindo a boca, garganta e sistema digestivo.
Mesmo com todo o empenho da equipe médica, ele não resistiu aos ferimentos. Durante a ação criminosa, os agressores também levaram seu carro, um Renault Sandero prata, além de seu telefone celular. Até o momento, os objetos roubados não foram localizados, e a polícia continua em busca de pistas que levem aos suspeitos.
Tiago foi encontrado por um trabalhador rural às margens de uma estrada municipal. Ele ainda conseguiu relatar parte do ocorrido, dizendo que foi rendido por volta das 14h e levado até uma área isolada, onde sofreu as agressões. Segundo a esposa, ele havia saído de casa com a intenção de visitar a mãe e lavar o carro, mas não retornou.
Antes de atuar como motorista de aplicativo, Tiago serviu à Força Aérea Brasileira. Sua carreira militar foi interrompida devido a um diagnóstico de neurite óptica, que comprometeu totalmente a visão do olho esquerdo. Mesmo com essa limitação, ele nunca deixou de trabalhar e era admirado por sua força e perseverança.
A dor da perda tem sido compartilhada por familiares e amigos nas redes sociais. Todos ressaltam as qualidades de Tiago: um homem calmo, gentil e sempre pronto a ajudar. A advogada Luana Sampaio, amiga próxima da vítima, fez um comovente desabafo ao lembrar que os dois tinham combinado de tomar um café no dia do crime — um encontro simples que nunca se concretizou.
O sepultamento ocorreu sob forte comoção, na sexta-feira (20), e o caixão precisou ser lacrado, o que aumentou ainda mais o sofrimento da família. O silêncio em torno do caso e a falta de respostas concretas geram um sentimento de revolta entre os moradores da cidade, que clamam por justiça e maior segurança.
Em meio ao luto, a comunidade se mobilizou com homenagens e manifestações pedindo providências. Uma vigília foi realizada em frente à praça central, reunindo dezenas de pessoas com velas e cartazes. Tiago deixa uma filha pequena e o sonho interrompido de oferecer a ela uma vida melhor. Agora, a esperança recai sobre as autoridades, que seguem investigando com a promessa de não deixar o crime impune.
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