Mulher que foi morta por ex-namorado, tem identidade revelada
Crime aconteceu nesta última segunda-feira, 8 de setembro
Casos de violência contra mulheres em relacionamentos marcados por ciúme e controle ainda se repetem, mesmo diante do avanço dos debates sobre igualdade e respeito. Um episódio recente que comoveu a cidade de Jacareí (SP) foi o assassinato de Fabiane do Vale Faria, de 35 anos, morta a tiros pelo ex-namorado nesta segunda-feira, 8 de setembro.
De acordo com a investigação, o homem, inconformado com o término da relação, foi até o local de trabalho da vítima já decidido a cometer o crime. Fabiane trabalhava em um trailer às margens da rodovia Nilo Máximo, onde vendia água de coco e caldo de cana junto à família. Reconhecida como batalhadora, era querida por clientes e amigos, que destacam sua simpatia e dedicação diária.
Nas redes sociais, multiplicaram-se homenagens que lembram sua alegria e força para conciliar o trabalho com a maternidade. Para muitos, Fabiane era inspiração: uma mulher sempre sorridente, que enfrentava os desafios da vida com coragem.
Fabiane deixa dois filhos, um de 7 anos e outro de 19, que agora enfrentam a difícil realidade da perda precoce da mãe. A polícia confirmou que ela manteve um relacionamento de seis anos com Gilberto Aparecido dos Santos, de 61 anos. O término, porém, não foi aceito por ele.
Após os disparos, o suspeito ainda incendiou o trailer da vítima antes de fugir para Guararema, onde acabou preso. Em depoimento, admitiu ter consumido bebida alcoólica e afirmou que pretendia matar Fabiane caso fosse solto novamente. Com ele, os policiais apreenderam armas de fogo e facas.
O corpo de Fabiane foi velado e enterrado no Cemitério Jardim da Paz, em Jacareí, em uma cerimônia marcada pela dor e pelo luto coletivo. Familiares, profundamente abalados, preferiram não conceder entrevistas, mas reforçaram o desejo por justiça e por uma resposta rápida das autoridades.
O caso foi registrado como feminicídio, além de incêndio e posse ilegal de armas. A Justiça converteu a prisão do suspeito em preventiva, garantindo que ele permaneça detido enquanto as investigações prosseguem.
Mais do que um crime isolado, o assassinato de Fabiane expõe a urgência em fortalecer mecanismos de proteção para mulheres em situação de risco. Especialistas apontam que sinais de controle excessivo e ameaças devem ser levados a sério, já que frequentemente antecedem agressões mais graves.
A tragédia também reforça a importância de políticas públicas voltadas à prevenção, como programas de acolhimento, campanhas educativas e medidas de monitoramento de agressores reincidentes. A criação de redes de apoio comunitário pode ser decisiva para evitar que mulheres enfrentem situações de violência sozinhas.
Por fim, a morte de Fabiane deixa um alerta doloroso: o feminicídio segue como uma realidade alarmante no Brasil. A luta contra esse tipo de crime exige não apenas punição rigorosa, mas também transformação cultural e social, capaz de promover relações baseadas no respeito, no cuidado e na igualdade.
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