Marido entra em desespero enquanto esposa grávida perde bebê depois de ter atendimento negado em UPA

Caso em Nilópolis gera indignação e investigação sobre atendimento em unidade de saúde

Um casal morador de Nilópolis, no Rio de Janeiro, denuncia que plantonistas da UPA Municipalizada negaram atendimento médico, resultando na perda do bebê que a mulher esperava. O episódio, que rapidamente repercutiu nas redes sociais, gerou comoção popular e abriu espaço para debates sobre a qualidade do serviço prestado em unidades de saúde da região.

O barbeiro Jony Bravo do Corte, marido da vítima, foi quem levou o caso a público. Ele relatou que procurou atendimento de urgência após a esposa apresentar forte sangramento, mas, segundo sua versão, a equipe médica teria se recusado a prestar socorro imediato. Em vídeo gravado dentro da unidade, Jony aparece em desespero, pedindo ajuda na porta do consultório: “Minha esposa! Está perdendo o meu filho! Vocês são mães, vocês são pais! Pelo amor de Deus!”, clamou.

De acordo com o relato, a médica de plantão alegou não poder atender a paciente. Ainda segundo Jony, apenas após a mobilização de moradores, indignados com a situação, foi providenciada a transferência da mulher para outra unidade. Ela acabou levada à Maternidade do Hospital Municipal Juscelino Kubitschek, onde segue em recuperação física, mas já sem o bebê. O barbeiro denunciou também que a equipe da ambulância teria se negado a realizar o transporte num primeiro momento, cedendo somente após a pressão da comunidade.

“Só levaram ela para o Juscelino porque moradores viram meu desespero e obrigaram a ambulância a levá-la. Quem conhece a UPA sabe que a ambulância fica parada, os caras fumando cigarro e batendo papo. Foi negada a ajuda”, declarou Jony.

A Prefeitura de Nilópolis informou, em nota enviada ao jornal O Globo, que não tolera má conduta profissional. O documento afirma ainda que a médica envolvida foi afastada das funções e que será aberto processo administrativo para investigar o caso e apurar responsabilidades.

Nas redes sociais, o episódio repercutiu fortemente, gerando revolta e debates acalorados. Muitos internautas manifestaram indignação contra a conduta da equipe de saúde, enquanto outros cobraram melhorias estruturais no sistema de atendimento de urgência. O vídeo publicado por Jony já soma milhares de visualizações, aumentando a pressão popular por providências imediatas.

Além da repercussão online, o caso mobilizou moradores da região, que exigem fiscalização rigorosa nas unidades de saúde do município. A população denuncia que situações de descaso não são isoladas e que a falta de preparo e humanização no atendimento têm se tornado rotina. Para eles, a tragédia vivida pelo casal é um alerta sobre a urgência de mudanças.

Especialistas em saúde pública também se pronunciaram. De acordo com médicos ouvidos pela imprensa, o sangramento relatado por Jony configura um quadro de urgência obstétrica, que deveria ter recebido atendimento imediato. Eles destacaram que a demora no socorro pode ser decisiva para a vida da mãe e do bebê, reforçando que negar assistência nesses casos fere princípios éticos e legais da profissão.

O Ministério Público foi acionado por grupos de defesa dos direitos humanos e poderá instaurar investigação paralela para avaliar a responsabilidade criminal dos envolvidos. Caso fique comprovada negligência, os profissionais podem responder judicialmente, e a Prefeitura poderá ser responsabilizada por falhas na gestão da unidade.

Por fim, o drama vivido pelo casal trouxe à tona um debate mais amplo sobre o direito ao atendimento digno e universal. Organizações sociais e coletivos locais têm planejado manifestações em frente à UPA de Nilópolis, cobrando não apenas punição aos culpados, mas também reformas estruturais que garantam maior eficiência e humanidade nos serviços prestados.

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