Carta anônima foi a ajuda fundamental para a polícia a localizar picape de homens que desapareceram após cobrança de dívida no PR

Caso dos quatro homens desaparecidos no Paraná tem reviravolta após denúncia anônima

Uma carta anônima ajudou as autoridades a localizarem a picape que estava com os quatro homens desaparecidos no Paraná, que haviam desaparecido após tentarem cobrar uma dívida. O caso, que se arrastava há mais de um mês, teve uma grande reviravolta na última sexta-feira, 12 de setembro.

O veículo usado pelas vítimas foi encontrado em Icaraíma, no noroeste do estado, graças à denúncia contida na carta anônima, que indicava o local exato do carro e afirmava que os corpos estariam dentro dele. A correspondência foi deixada na residência do pai de uma das vítimas.

Segundo o secretário de Segurança Pública do Paraná, coronel Hudson Leôncio Teixeira, e a Polícia Militar, as investigações continuam em andamento. Um trecho da carta dizia: “Os corpos dos homens estão no sítio […] dentro do carro enterrado. […] Eu investiguei um suspeito e ele me falou”. A informação levou os policiais a encontrarem a picape em um tipo de bunker, a cerca de 9 quilômetros de uma propriedade ligada aos suspeitos do crime.

Após escavações, o veículo foi retirado e encaminhado à perícia, que constatou vestígios de sangue e marcas de tiros, reforçando a hipótese de homicídio. No entanto, os corpos das quatro vítimas ainda não foram localizados, mantendo o caso em aberto e aumentando a expectativa das famílias.

As autoridades continuam em busca dos principais suspeitos: os fazendeiros Antonio Buscariollo, de 66 anos, e seu filho, Paulo Ricardo, de 22, considerados foragidos desde o dia 6 de agosto, pouco depois de prestarem o primeiro depoimento. Desde o dia 5 de agosto, Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso e Alencar Gonçalves de Souza estão desaparecidos.

Os quatro homens foram vistos pela última vez em uma padaria em Icaraíma, onde haviam ido para cobrar uma dívida de R$ 255 mil dos fazendeiros. Até o momento, apesar da descoberta da picape, não há indícios de que eles estejam vivos. A advogada das famílias, Josiane Monteiro, afirma que as chances de encontrá-los com vida são “muito pequenas”, mas ressalta que a esperança permanece.

A descoberta do veículo reforçou a necessidade de intensificar a busca e a investigação sobre os suspeitos. A Polícia Civil do Paraná trabalha agora para localizar não apenas os corpos, mas também possíveis cúmplices e outros elementos que possam esclarecer a dinâmica do crime.

Especialistas em criminalística ressaltam que a análise detalhada do carro e do terreno onde estava enterrado pode fornecer pistas valiosas sobre a sequência de eventos e a autoria do homicídio. O caso evidencia também a importância de denúncias anônimas na resolução de crimes complexos.

Enquanto isso, familiares das vítimas realizam manifestações silenciosas em Icaraíma, pedindo justiça e o rápido esclarecimento do caso. A mobilização comunitária tem pressionado as autoridades a manter a investigação como prioridade máxima.

O episódio acendeu debates sobre segurança e violência no interior do Paraná, especialmente em regiões rurais, onde disputas financeiras podem escalar para situações de extrema gravidade. Organizações de direitos humanos acompanham o caso de perto e reforçam a necessidade de medidas preventivas e maior fiscalização.

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