Notícias Identificada mais uma vítima que morreu após tomar drink adulterado com metanol

Uma mulher morreu na noite da última segunda-feira, 6 de outubro, vítima de intoxicação por metanol — uma substância altamente tóxica e letal quando ingerida.

Poucos riscos são tão silenciosos e perigosos quanto o contato com o metanol, composto químico que pode causar danos graves e irreversíveis ao organismo. Mesmo em pequenas quantidades, ele é capaz de provocar falência múltipla dos órgãos, cegueira e até a morte.

O perigo se torna ainda maior quando o metanol é misturado de forma ilegal em bebidas alcoólicas, prática criminosa que vem se espalhando em diferentes regiões do país e fazendo novas vítimas. Em São Bernardo do Campo, na Região Metropolitana de São Paulo, Bruna Araújo de Souza, de 30 anos, faleceu após consumir uma bebida adulterada.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Bruna estava internada desde o fim de setembro em estado grave. Exames laboratoriais confirmaram a presença de metanol no organismo. Apesar dos esforços da equipe médica e dos dias de tratamento intensivo, o quadro da jovem evoluiu para morte encefálica. A prefeitura lamentou o ocorrido e informou que a paciente recebeu toda a assistência necessária durante a internação.

A Vigilância Epidemiológica do município já notificou 78 possíveis casos de contaminação, sendo seis mortes confirmadas até o momento. A cidade vive um cenário de alerta, com investigações em andamento para identificar a origem das bebidas adulteradas. Quatro estabelecimentos foram interditados, e os produtos suspeitos estão sendo analisados em laboratório.

A Polícia Civil conduz a investigação criminal para rastrear os responsáveis pela fabricação e distribuição das bebidas contaminadas. As autoridades afirmam que os envolvidos poderão responder por homicídio doloso e crime contra a saúde pública.

A tragédia envolvendo Bruna reacende o debate sobre o consumo responsável e a fiscalização no comércio de bebidas. Especialistas alertam que o metanol é uma substância utilizada em combustíveis e produtos industriais — jamais devendo estar presente em bebidas destinadas ao consumo humano. Sua ingestão causa sintomas como tontura, náusea, visão turva e perda de consciência, exigindo atendimento médico imediato.

O Ministério da Saúde emitiu um alerta nacional após registrar 17 casos confirmados de intoxicação por metanol e mais de 200 em investigação em todo o país, sendo a maior concentração no estado de São Paulo. O órgão reforça que a população deve desconfiar de preços muito abaixo do mercado e evitar produtos sem rótulo ou procedência conhecida.

A morte de Bruna é um lembrete doloroso sobre os riscos de bebidas clandestinas e a necessidade de políticas mais rigorosas de controle e fiscalização. O consumo seguro depende não apenas de atenção individual, mas também de ações conjuntas entre autoridades, comerciantes e consumidores. Um simples gole pode representar um risco irreversível.

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