Identificados os dois homens que morreram em grave colisão entre ônibus e caminhão na PR-151
O acidente aconteceu no último domingo, 5 de outubro, e deixou um rastro de dor e reflexão. As rodovias brasileiras seguem sendo palco de histórias que se repetem com frequência alarmante. Em meio ao asfalto, à pressa e às longas distâncias da vida moderna, tragédias continuam a ceifar vidas e a marcar famílias que jamais serão as mesmas.
Falhas humanas, condições precárias das vias e jornadas exaustivas de trabalho formam uma combinação perigosa que transforma viagens comuns em cenas de desespero. Foi o que ocorreu na PR-151, no Paraná, onde uma colisão entre um ônibus fretado e um caminhão resultou na morte de dois homens e deixou mais de 20 pessoas feridas, incluindo crianças e idosos.
O ônibus havia sido alugado por uma família para uma viagem de comemoração a Caxias do Sul (RS). No retorno ao Paraná, durante a travessia por São Mateus do Sul, o veículo acabou se envolvendo no grave acidente. O impacto foi tão forte que o motorista reserva, Júlio Rodrigues de Paula, de 37 anos, ficou preso às ferragens e morreu ainda no local.
Júlio era motorista autônomo e trabalhava com transporte de passageiros desde 2019. O outro condutor do ônibus, que estava ao volante no momento da colisão, sofreu ferimentos moderados e foi levado ao hospital. Já o caminhoneiro, Fábio Antonio de Paula, de 38 anos, chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu aos ferimentos após dar entrada na unidade de saúde. O caminhão que ele dirigia estava vazio, pois retornava de uma entrega de trabalho.
Apesar de compartilharem o mesmo sobrenome, Júlio e Fábio não eram parentes — apenas dois trabalhadores brasileiros, unidos por uma triste coincidência nas estradas do Paraná. Dos 35 passageiros que estavam no ônibus, 23 ficaram feridos, com diferentes níveis de gravidade. Entre as vítimas, uma mulher de 60 anos foi considerada a mais grave e permaneceu internada até o dia seguinte.
O acidente mobilizou equipes do Corpo de Bombeiros, Samu, Polícia Rodoviária Estadual e Instituto Médico-Legal (IML), que atuaram no resgate e remoção dos veículos. As causas da colisão ainda estão sendo investigadas, mas há indícios de que as condições da pista molhada e a baixa visibilidade podem ter contribuído para a tragédia. Testemunhas relataram que o trecho é conhecido por curvas perigosas e falta de sinalização adequada.
Nas cidades de Palmeira e Ponta Grossa, de onde as vítimas eram naturais, os velórios foram marcados por grande comoção. Familiares e amigos se reuniram para prestar homenagens e relembrar momentos vividos ao lado dos dois homens, descritos como honestos, trabalhadores e apaixonados pela estrada. Nas redes sociais, dezenas de mensagens lamentaram a perda e prestaram solidariedade às famílias.
O caso reacende a discussão sobre a segurança nas estradas brasileiras, especialmente em rodovias estaduais que cortam áreas rurais e de difícil manutenção. Especialistas alertam para a necessidade urgente de melhorias na infraestrutura, fiscalização contínua e campanhas educativas que reforcem o respeito aos limites de velocidade e às condições climáticas adversas.
Cada acidente nas estradas é mais do que um número nas estatísticas — é uma história interrompida, um sonho que não se realiza, uma família que perde seu alicerce. A tragédia na PR-151 reforça o quanto a vida é frágil e como a responsabilidade no trânsito deve ser um compromisso coletivo. Que a lembrança de Júlio e Fábio sirva como um alerta e um chamado à consciência, para que o caminho de tantos outros brasileiros seja mais seguro.
Deixe um comentário