Família não foi avisada por autoridades de morte da jovem no RJ e descobriu da pior maneira possível

Os familiares não receberam a notícia através das autoridades, descobrindo de outra maneira que a jovem estava no hospital.

Após a triste morte de Bárbara Elisa Yabeta Borges, a forma como a família soube da tragédia veio à tona neste último sábado, dia 1º de novembro. A jovem, de 28 anos, foi vítima de uma bala perdida durante um tiroteio na Linha Amarela, no Rio de Janeiro.

O marido de Bárbara, que estava em outra cidade a trabalho, rastreou o celular da esposa e, ao ver a localização marcada em um hospital, entrou em desespero. Imediatamente, ligou para a mãe, que iniciou uma busca frenética por informações.

A sogra da vítima, Andréia Assis, relatou o drama em entrevista ao jornal Extra. Segundo ela, o filho, “transtornado”, telefonou assim que percebeu algo estranho no GPS. “Ele disse: ‘Mãe, está dando a localização dela dentro do Hospital de Bonsucesso’”, contou Andréia, ainda abalada.

Com o coração apertado, ela correu em busca de notícias. Momentos antes, havia visto uma vizinha assistindo a um vídeo que mostrava o tiroteio na Linha Amarela, mas jamais imaginou que a nora estivesse entre as vítimas. “Quando liguei e ninguém atendia, o desespero tomou conta. Foi a pior sensação da minha vida”, relembrou.

A família não foi informada oficialmente pelas autoridades sobre o ocorrido. De acordo com um parente, a confirmação da morte chegou por meio das redes sociais e pelo rastreamento do celular. “Ninguém ligou pra gente, ficamos sabendo sozinhos”, lamentou o familiar.

A ausência de comunicação oficial gerou revolta entre os parentes, que criticam a falta de sensibilidade e de apoio emocional em um momento tão delicado. “É desumano saber de uma tragédia dessa forma. Nenhuma família deveria passar por isso”, desabafou a sogra. O caso reacendeu o debate sobre a necessidade de protocolos mais eficientes no atendimento a vítimas e na notificação de familiares.

Desde a tarde de sexta-feira, o Rio vivia um cenário de caos. Bárbara foi atingida por um tiro na cabeça enquanto estava em um carro de aplicativo, a caminho do trabalho. O disparo teria partido de um confronto entre facções criminosas nas proximidades do Complexo da Maré.

Nas horas seguintes, imagens do tiroteio circularam nas redes sociais, mostrando o desespero de motoristas e passageiros que tentavam se proteger. O episódio expôs mais uma vez o clima de insegurança na cidade e a vulnerabilidade de quem apenas tenta seguir sua rotina.

Atualmente, o marido da jovem encontra-se em estado de choque, sob acompanhamento médico. “Ele está em casa sem condições, dopado”, relatou a mãe. A família agora se concentra nos trâmites da liberação do corpo no IML e nas despedidas de Bárbara, que havia acabado de ser promovida em seu trabalho e sonhava em engravidar no próximo ano.

A tragédia deixou uma ferida profunda e provocou uma onda de comoção. Amigos e colegas da bancária se reuniram nas redes sociais para prestar homenagens, relembrando sua alegria e generosidade. “Ela tinha muitos planos, uma vida inteira pela frente. É impossível entender tamanha injustiça”, escreveu uma amiga próxima.

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