Adolescente morre com tiro dentro de casa após “brincadeira” mortal

Irmão do suspeito teria ajudado a esconder a arma

Algumas “brincadeiras” podem ter consequências devastadoras e, por vezes, fatais. A curiosidade e a busca constante por desafios, muito comuns entre adolescentes, acabam levando a comportamentos extremamente arriscados — como o chamado “jogo da roleta-russa”, uma prática que mistura imprudência, desconhecimento e risco real de morte.

Em Catalão (GO), um adolescente de 14 anos, identificado como Luiz Henrique Giocondo Santos, perdeu a vida após ser atingido por um disparo no peito enquanto participava dessa suposta brincadeira ao lado de um colega da mesma idade. A tragédia ocorreu na garagem de uma residência localizada no bairro Castelo Branco.

Segundo informações da Polícia Civil de Goiás, o adolescente que estava com a arma admitiu ter participado da roleta-russa e afirmou que o disparo foi acidental. O delegado responsável pelo caso, Vitor Magalhães, explicou que a versão está sendo analisada, mas ainda não se descarta a possibilidade de outra motivação para o ocorrido.

O jovem envolvido no disparo foi apreendido por ato infracional análogo ao crime de homicídio. O caso segue sob investigação pela Delegacia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), que também apura como os menores tiveram acesso ao revólver utilizado. Até o momento, a arma não foi encontrada, e há indícios de que o irmão do suspeito, de apenas 13 anos, tenha ajudado a escondê-la após o disparo.

A roleta-russa é uma prática extremamente perigosa, que consiste em girar o tambor de um revólver com uma única munição e acionar o gatilho, apostando na sorte — um risco que, como muitos casos já demonstraram, frequentemente resulta em morte. Autoridades reforçam que essa não é uma brincadeira, mas um comportamento de alto risco, que tem vitimado adolescentes em diversas regiões do país.

O corpo de Luiz Henrique será velado e sepultado em Catalão. A tragédia reacende discussões urgentes sobre a importância do diálogo dentro das famílias, além de reforçar a necessidade de supervisão e controle rigoroso sobre armas de fogo, especialmente em lares onde vivem crianças e adolescentes.

Além disso, especialistas em comportamento juvenil alertam que adolescentes são especialmente vulneráveis à influência de amigos, desafios da internet e comportamentos impulsivos. Esse cenário torna essencial que pais e responsáveis mantenham uma comunicação aberta e constante, orientando os jovens sobre os riscos associados a armas, violência e brincadeiras perigosas.

Outro ponto que tem sido destacado por educadores e psicólogos é a necessidade de fortalecer o ambiente escolar como espaço de orientação e prevenção. Atividades educativas, rodas de conversa e acompanhamento psicológico podem ajudar adolescentes a compreender melhor as consequências de suas escolhas, evitando situações como essa. A tragédia de Catalão mostra como o acesso precoce a armas de fogo agrava ainda mais esse problema.

Por fim, autoridades defendem que o caso sirva de alerta para toda a comunidade. A mobilização social, o incentivo a denúncias anônimas e a fiscalização ativa podem ajudar a identificar situações de risco antes que se tornem irreversíveis. A morte de Luiz Henrique reforça a urgência de políticas públicas mais eficazes, capazes de proteger jovens e evitar novas perdas irreparáveis.

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