“A gente não tocou na menina”: padrasto preso por abuso de criança de 3 anos admite ‘erro’ mas nega crime

Casal é preso em Ribeirão Preto por suspeita de abuso contra criança de 3 anos e caso gera revolta

Um caso ocorrido em Ribeirão Preto (SP) gerou forte revolta e indignação. Na última quarta-feira (09/12), um casal foi preso por suspeita de envolvimento em abusos contra uma criança de apenas 3 anos. A mãe e o padrasto da menina chegaram a admitir um “erro”, mas negaram a prática de crime.

Na porta da delegacia, Leiliane Vitória Oliva Coelho, de 22 anos, reconheceu que produziu vídeos envolvendo a própria filha e adotou um discurso de autocondenação. “Eu mereço tudo o que vier, o que me acontecer, mereço tudo”, afirmou à imprensa.

Andrey Gabriel Eduardo Bento Zancarli, de 23 anos, também preso, declarou ter cometido um “erro gigantesco”, mas negou ter abusado sexualmente da criança. “Não está tudo bem, não acho que está tudo bem. Sei que foi um erro gigantesco, mas a única coisa que posso deixar claro é que a gente não tocou na menina, não fez nada sexual com ela”, disse.

O caso chegou ao conhecimento da Polícia Civil após denúncia feita pelo amante de Leiliane, que mantinha um relacionamento extraconjugal com a suspeita. Segundo a investigação, ele acionou a polícia após encontrar conteúdos suspeitos no celular da mulher.

A polícia confirmou a existência de conteúdo criminoso envolvendo a criança, mas não divulgou detalhes sobre o material, a fim de preservar a vítima. Os aparelhos eletrônicos do casal foram apreendidos e serão submetidos à perícia para a conclusão do inquérito.

De acordo com a delegada Michela Ragazzi, a criança deverá passar por exame de corpo de delito, e o casal foi preso em flagrante, sendo autuado por quatro crimes. A autoridade policial informou que o avanço da investigação depende agora dos laudos periciais dos dispositivos apreendidos.

Além da menina de 3 anos, o casal também detinha a guarda de um bebê de 4 meses, filho de ambos. A polícia informou que, até o momento, não há confirmação de envolvimento da criança mais nova no caso, mas a situação segue sendo analisada.

Especialistas destacam que crimes dessa natureza podem ser configurados mesmo sem contato físico direto, conforme prevê a legislação brasileira, que classifica como estupro de vulnerável qualquer ato de cunho sexual envolvendo crianças.

O caso provocou ampla repercussão nas redes sociais e reacendeu o debate sobre a importância da denúncia, da vigilância familiar e do fortalecimento das políticas públicas de proteção à infância. Autoridades reforçam que qualquer suspeita deve ser imediatamente comunicada aos órgãos competentes.

Enquanto as investigações seguem em andamento, a prioridade das autoridades é garantir a proteção integral da criança, bem como a responsabilização dos envolvidos, caso os crimes sejam confirmados pela perícia.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *