Acusada de desviar dinheiro do avô, neta nega crime mas deixa confirmado que vai ressarcir o idoso
Crimes vinham ocorrendo desde 2021, segundo a Polícia Civil.
A Polícia Civil do Paraná investiga uma mulher suspeita de desviar cerca de R$ 200 mil do próprio avô. O caso ganhou repercussão na última terça-feira (27/05), após ser divulgado pela imprensa.
De acordo com o inquérito policial, a neta tinha acesso à conta bancária do idoso e era responsável por realizar saques e pagamentos de contas. As investigações apontam que ela teria se aproveitado da confiança do avô para subtrair valores ao longo de três anos, totalizando cerca de R$ 200 mil.
A defesa da investigada, representada pelo advogado Fernando Madureira, negou as acusações. Segundo ele, os valores em questão foram emprestados pelo idoso de forma voluntária e não correspondem ao montante informado pelas autoridades.
“O relato da polícia não condiz com os fatos. A suposta vítima é avô da acusada e sempre colaborou com ela para sua manutenção. Além disso, os valores são bem menores do que os citados. Ainda assim, mesmo sem reconhecer qualquer irregularidade, minha cliente está disposta a ressarcir o avô”, afirmou o advogado.
Ele também alegou que a neta era a única responsável pelos cuidados do idoso e, por isso, tinha autorização para efetuar pagamentos em nome dele. A defesa ressaltou que ainda não foi definido o valor que será devolvido.
A investigação começou após um dos filhos do idoso suspeitar de irregularidades ao notar um atraso de três anos no pagamento do IPVA do carro do pai. O valor, que deveria ter sido repassado à neta para quitação da dívida, nunca foi pago.
Além do suposto desvio de aposentadoria e precatórios, a mulher também é acusada de contrair empréstimos e abrir contas bancárias em nome do avô. A defesa voltou a negar todas as acusações, afirmando que a neta não possuía procuração e que qualquer movimentação financeira era feita com o consentimento e presença do idoso.
Casos como este evidenciam uma triste realidade: o aumento de crimes financeiros praticados contra idosos, muitas vezes por pessoas próximas e de confiança. A fragilidade física ou emocional dos idosos, aliada à dependência de terceiros, os torna alvos vulneráveis a esse tipo de abuso.
Especialistas alertam para a importância de mecanismos de proteção financeira voltados à terceira idade, como monitoramento bancário, restrição de movimentações suspeitas e incentivo à denúncia por parte de familiares ou instituições.
A expectativa é que o caso seja minuciosamente investigado e que, se comprovadas as irregularidades, haja responsabilização adequada. O respeito e o cuidado com os idosos devem ser valores inegociáveis em qualquer sociedade.
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