Adolescente, que confessou ter tirado a vida dos pais e irmão mais novo no RJ, faz uma declaração: ‘Faria tudo de novo’

Adolescente que matou os pais e o irmão em Itaperuna diz que faria tudo de novo

Um crime brutal ocorrido em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro, chocou o país e levantou debates sobre saúde mental, violência familiar e responsabilidade penal juvenil. Um adolescente de 14 anos confessou ter tirado a vida dos próprios pais e do irmão de apenas 3 anos. Em depoimento à polícia, o jovem demonstrou frieza ao afirmar que não se arrepende e que “faria tudo de novo”.

Segundo informações da Polícia Civil, o crime aconteceu na madrugada do último sábado, 21 de junho. O garoto relatou que esperou os pais — de 45 e 37 anos — adormecerem antes de pegar a arma do pai, registrada legalmente, e disparar contra eles. Em seguida, assassinou o irmão mais novo. O motivo, segundo ele, seria a proibição do relacionamento virtual com uma jovem do Mato Grosso.

Após cometer os assassinatos, o adolescente usou produtos químicos para tentar limpar os vestígios e ocultar o crime. Ele arrastou os corpos sozinho até uma cisterna localizada na residência da família, onde os escondeu. Nos dias seguintes, tentou enganar familiares, alegando que os pais haviam levado o irmão ao hospital por conta de um suposto acidente doméstico.

A farsa começou a desmoronar quando a avó e um tio notaram o sumiço da família e, ao procurarem unidades de saúde da região, descobriram que não havia qualquer registro de atendimento. Diante da inconsistência, procuraram as autoridades na terça-feira, 24 de junho.

Ao chegarem à casa, os policiais e o Corpo de Bombeiros foram recebidos por um forte odor vindo da cisterna, onde os corpos acabaram sendo encontrados. O adolescente foi apreendido em flagrante e, conforme a lei, responderá por ato infracional análogo ao crime de homicídio qualificado.

O caso gerou comoção nacional, tanto pela brutalidade dos atos quanto pela falta de arrependimento demonstrada pelo jovem. As investigações continuam, com a polícia apurando detalhes do relacionamento virtual mencionado e se houve algum tipo de influência externa ou incentivo.

Além do horror, o crime também despertou reflexões urgentes sobre os limites da imputabilidade penal, o acesso de menores a armas de fogo dentro de casa e a fragilidade emocional que pode levar adolescentes a atos extremos. Especialistas defendem que, junto à punição, haja uma análise profunda sobre os sinais que possam ter sido ignorados — na escola, em casa, ou nas redes sociais.

Enquanto isso, familiares e a comunidade local tentam entender como uma tragédia dessa magnitude foi possível dentro de uma família aparentemente comum. O luto, agora, se mistura à perplexidade e ao desejo por respostas que talvez nunca sejam plenamente satisfatórias.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *