Apaixonada por esportes, mãe e profissional dedicada: essa era a advogada que foi encontrada sem vida em MG

Mais detalhes foram revelados sobre o caso da advogada encontrada sem vida dentro de sua casa em Curvelo, Minas Gerais. O crime, classificado como feminicídio seguido de suicídio, abalou a cidade e gerou grande comoção entre familiares, amigos e colegas de trabalho.

A identidade da vítima foi confirmada na última quinta-feira (23/10) como sendo Patrícia de Fátima Ribeiro, de 35 anos. A advogada foi assassinada pelo marido, Wanderson Lima da Silva, de 41 anos. Segundo as investigações, a motivação do crime seria o fato de Patrícia querer se divorciar. A empresa onde ela trabalhava, a Ecovias Norte Minas, divulgou uma nota lamentando profundamente a perda, descrevendo-a como uma profissional de “dedicação e competência exemplar”.

Familiares confirmaram à Polícia Civil que Patrícia vinha pensando em se separar, mas o marido não aceitava o fim do relacionamento. O caso veio à tona após a irmã do autor do crime estranhar a falta de contato do casal e pedir ao marido que fosse até a residência. Ao chegar ao local e não obter resposta, ele pulou o muro e se deparou com a tragédia.

De acordo com o relatório policial, Patrícia foi encontrada caída no quarto do casal, com perfurações de faca no peito e cortes nas mãos e nos dedos, o que indica que tentou se defender. O corpo de Wanderson foi localizado na área externa da casa, onde ele tirou a própria vida após cometer o assassinato. A cena descrita pelos investigadores foi de extrema violência.

A vítima deixou um filho de apenas dois anos, que estava na creche no momento em que os corpos foram encontrados. A criança, agora órfã, está sob os cuidados de familiares maternos. A notícia abalou profundamente a comunidade de Curvelo, especialmente os colegas da advogada, que eram próximos e descrevem Patrícia como uma mulher alegre, gentil e apaixonada pela profissão.

Apaixonada por esportes, Patrícia era praticante de crossfit e corrida. Nas redes sociais, amigos e companheiros de treino publicaram homenagens emocionadas, destacando sua determinação e energia positiva. A academia que frequentava também emitiu uma nota de pesar, afirmando que ela “iluminava o ambiente com sua presença e sorriso constante”.

O caso acendeu um alerta sobre a violência doméstica e a necessidade de fortalecer políticas públicas de proteção às mulheres. Especialistas destacaram que muitos casos de feminicídio são precedidos por sinais de controle e possessividade, e que o silêncio das vítimas, por medo ou dependência emocional, é um dos maiores obstáculos à prevenção. O Ministério Público de Minas Gerais reforçou que denúncias anônimas podem salvar vidas e devem ser feitas pelos canais oficiais, como o 180.

A Polícia Militar informou que nunca havia sido acionada para ocorrências envolvendo o casal, o que pegou familiares e vizinhos de surpresa. Para os investigadores, isso reforça a tese de que o crime foi resultado de uma escalada silenciosa de conflitos. A Polícia Civil segue apurando os detalhes para concluir o inquérito e fornecer suporte à família da vítima.

O corpo de Patrícia está sendo velado em uma funerária da cidade, e o sepultamento está previsto para as 17h desta quinta-feira. Durante o velório, amigos e familiares prestam homenagens e pedem justiça, ressaltando a importância de transformar a dor em conscientização para que outras mulheres não tenham o mesmo destino.