Apenas uma hora antes de ser morto, policial compartilhou último vídeo rindo e se divertindo com amigo que o matou

O policial compartilhou um vídeo em que aparecia rindo e se divertindo momentos antes de ser atacado pelo próprio amigo. Pouco tempo depois, ele não resistiu. Após uma noite de confraternização que terminou de forma trágica, um sargento da Polícia Militar foi morto na madrugada deste último domingo, dia 19 de outubro, aos 41 anos de idade.

O mais chocante é que o autor dos disparos foi seu amigo, compadre e colega de farda, o também sargento William Amaral da Conceição, que foi preso em flagrante. Imagens de uma câmera de segurança registraram toda a briga e a execução, o que ajudou a esclarecer parte do ocorrido. A ex-esposa da vítima também prestou depoimento e falou sobre a relação próxima entre os dois, ressaltando que nada indicava que uma tragédia pudesse acontecer.

Uma hora antes do crime, a vítima, o sargento Eduardo Filipe Santiago Ferreira, havia compartilhado um vídeo em que aparecia sorrindo ao lado de Amaral, sem imaginar que aquele seria o último registro de sua vida. O clima de descontração da confraternização contrastava com o desfecho violento que viria em seguida, tornando o caso ainda mais difícil de compreender para quem os conhecia.

O vídeo da câmera de segurança mostra a discussão que antecedeu os disparos. Nas imagens, o sargento Santiago sai do carro e grita, desesperado: “Amaral! Amaral! Tá maluco? Sou eu, Santiago, mano!”. Em resposta, o outro sargento rebate de forma agressiva: “Vai tomar no c*! Eu vou te matar!”. Segundo a ex-esposa de Santiago, Mariana Monteiro da Cruz Rodrigues, os dois eram amigos próximos, compadres e conviviam com frequência. “Eles estavam bebendo num bar. Estavam bem. Do nada aconteceu, ninguém sabe dizer o motivo, porque eles eram amigos”, relatou ela, ainda em choque com o ocorrido.

O crime aconteceu na Avenida Jambeiro, em Vila Valqueire, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ambos estavam de folga e, após uma discussão acalorada, trocaram tiros no meio da rua. Santiago foi atingido no peito e caiu no chão, morrendo no local. Amaral, o autor dos disparos, foi encontrado pouco depois sentado no meio-fio, em estado de aparente confusão, e acabou preso em flagrante.

Populares que presenciaram a cena relataram que a troca de tiros durou poucos segundos, mas foi intensa e assustadora. Moradores da região, acostumados à tranquilidade do bairro, ficaram em choque com a violência do episódio. Muitos afirmaram ter ouvido gritos e tentativas de apaziguar a briga antes dos tiros, o que reforça a hipótese de que o crime foi motivado por uma discussão momentânea e não premeditada.

Em um primeiro momento, Amaral alegou que ambos haviam sido vítimas de uma tentativa de assalto, mas a versão foi rapidamente descartada pelos investigadores, já que não havia sinais de terceiros no local. A Delegacia de Homicídios investiga o caso, analisando as imagens e ouvindo testemunhas para entender o que levou à tragédia.

O caso gerou grande repercussão entre colegas da corporação e nas redes sociais, onde muitos policiais expressaram indignação e tristeza com a morte de Santiago. Amigos o descreveram como um profissional exemplar, dedicado à farda e à família. A tragédia também reacendeu o debate sobre o consumo de álcool entre policiais armados e a necessidade de acompanhamento psicológico dentro das forças de segurança, para prevenir situações extremas como essa.

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