Briga banal termina de maneira trágica em SC; homem morreu após levar 4 tiros
Discussão em campo de futebol termina em tragédia em Santa Catarina
Às vezes, basta um gesto impensado, uma palavra atravessada ou um mal-entendido para transformar uma situação cotidiana em uma tragédia. Foi o que aconteceu em Cordilheira Alta, no Oeste de Santa Catarina, onde uma simples discussão em um campo de futebol terminou de forma fatal. Um homem de 37 anos foi morto após ser atingido por disparos de arma de fogo.
O caso ocorreu na tarde de domingo, 9 de novembro, na comunidade de Campina do Gregório, e deixou os moradores em choque. O episódio reacendeu o debate sobre o aumento de conflitos motivados por motivos banais e a escalada de violência que tem preocupado as autoridades.
De acordo com informações da Polícia Militar, tudo começou quando Guylherme Costa, de 37 anos, teria acidentalmente derrubado um banco que acabou atingindo um adolescente de 15 anos. O avô do jovem, de 66 anos, irritou-se com o incidente e iniciou uma discussão com Guylherme. Testemunhas relataram que os dois trocaram empurrões antes de o idoso deixar o local.
Mais tarde, o homem retornou acompanhado da mãe e do padrasto do adolescente. O padrasto teria convidado Guylherme para “se acertarem” no campo de futebol da comunidade. O que parecia ser uma tentativa de diálogo acabou se transformando em um emboscada trágica. Assim que chegou ao campo, Guylherme foi surpreendido e atingido por quatro disparos — dois no tórax e dois na cabeça.
Equipes do Saer-Fron e do Samu foram acionadas e conseguiram socorrer a vítima ainda com vida, mas Guylherme não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital de Chapecó. Segundo relatos, antes do crime, o homem havia tentado se desculpar e encerrar o conflito, mas seus pedidos foram ignorados.
O autor dos disparos fugiu logo após o crime e, até o momento, não foi localizado pela polícia. As buscas continuam, e o caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Cordilheira Alta, que também tenta identificar se outras pessoas participaram diretamente da emboscada.
A morte de Guylherme transformou o que seria uma tarde de lazer em uma lembrança amarga e traumática para a comunidade. Moradores descreveram o homem como uma pessoa tranquila, trabalhadora e conhecida por ajudar os vizinhos. “Ele era querido por todos, sempre respeitoso. Ninguém consegue entender como algo tão pequeno acabou em tragédia”, relatou um amigo da família.
O crime também levantou uma discussão importante sobre o aumento dos casos de violência por intolerância e impulsividade. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina, o número de homicídios relacionados a brigas e desentendimentos cresceu nos últimos anos, especialmente em comunidades pequenas, onde conflitos interpessoais ganham proporções perigosas.
Especialistas em comportamento social reforçam que situações como essa mostram a urgência de promover o diálogo e o controle emocional. “Vivemos em uma sociedade cada vez mais reativa, em que a raiva fala mais alto do que a razão. Precisamos resgatar o valor da escuta e da empatia antes que tragédias assim se repitam”, afirma a psicóloga social Marina Lopes.
Em meio à dor, a família de Guylherme pede por justiça e por paz. O caso serve como um lembrete amargo de que, em questão de segundos, o impulso pode destruir vidas e deixar marcas impossíveis de apagar. Que a tragédia de Cordilheira Alta inspire reflexão e conscientização sobre o poder das atitudes e das palavras antes que seja tarde demais.
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