Buscas por mulher que desapareceu misteriosamente em MG chegam ao fim

Caso Vanessa Jussara: namorado confessa crime e corpo é encontrado em Uberlândia

O caso que chocou a comunidade local segue sob investigação.

Após dias de angústia e buscas intensas, chegou ao fim o desaparecimento de Vanessa Jussara da Silva, de 38 anos, motorista de aplicativo em Uberlândia, cidade localizada no Triângulo Mineiro. O corpo dela foi localizado na manhã desta quinta-feira, 8 de outubro, em uma área de difícil acesso na zona rural, a cerca de 15 quilômetros do centro da cidade. A descoberta ocorreu após a prisão do namorado da vítima, de 34 anos, que confessou o crime e indicou o local onde havia deixado o corpo.

Vanessa estava desaparecida desde a noite do sábado anterior, quando foi vista pela última vez por um sobrinho em um bar na Avenida Solidariedade, no Bairro Residencial Integração. Após o sumiço, os familiares registraram boletim de ocorrência na terça-feira e iniciaram uma mobilização nas redes sociais em busca de informações. A campanha rapidamente se espalhou, com centenas de compartilhamentos e manifestações de apoio à família.

No dia seguinte, uma vizinha levantou suspeitas ao relatar à polícia que o companheiro da vítima apresentava comportamento estranho e teria sido visto cavando um buraco no quintal de casa. A Polícia Militar chegou a vistoriar o local, mas, à época, não encontrou evidências que comprovassem o crime. De acordo com a Polícia Civil, o feminicídio ocorreu no domingo, dia 5, e, após consumar o ato, o suspeito fugiu para a zona rural, onde permaneceu escondido até ser localizado.

O homem havia abandonado a casa onde morava e também o carro da vítima, que foi encontrado posteriormente. A polícia, no entanto, optou por não divulgar o endereço exato do local, a fim de preservar o andamento das investigações. Vanessa e o namorado estavam juntos há cerca de cinco meses, e havia registros de conflitos anteriores, incluindo um boletim de ocorrência feito em agosto, após uma briga em via pública quando ambos estavam sob efeito de álcool.

O corpo de Vanessa foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Uberlândia para a realização de exames que deverão confirmar a causa da morte. Em seguida, será trasladado para Piumhi, sua cidade natal, no Centro-Oeste de Minas Gerais, onde familiares e amigos se preparam para a despedida. O caso segue sob investigação e a expectativa é que novos desdobramentos surjam nos próximos dias, incluindo o indiciamento formal do suspeito.

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O crime reacende o debate sobre o aumento de casos de violência contra a mulher em Minas Gerais e em todo o país. Dados recentes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam crescimento expressivo nos registros de feminicídio nos últimos anos, especialmente entre mulheres que estavam em relacionamentos recentes ou instáveis. A morte de Vanessa se soma a uma estatística alarmante que ainda exige respostas mais efetivas do poder público.

Amigos e colegas de trabalho descreveram Vanessa como uma mulher batalhadora, alegre e muito querida, que trabalhava longas jornadas como motorista de aplicativo para sustentar os dois filhos. Ela sonhava em abrir um pequeno negócio próprio e frequentemente compartilhava mensagens otimistas nas redes sociais. A notícia de sua morte gerou profunda comoção entre os moradores de Uberlândia e de Piumhi.

Nas redes, centenas de internautas expressaram indignação e tristeza com a tragédia. Organizações locais que atuam no combate à violência doméstica destacaram a importância de denunciar qualquer sinal de abuso ou comportamento controlador em relacionamentos. Pequenos alertas, que muitas vezes passam despercebidos, podem ser determinantes para salvar vidas.

Autoridades reforçam que a sociedade deve estar atenta aos sinais de alerta em relacionamentos abusivos — ciúme excessivo, isolamento, controle de finanças ou ameaças veladas. Em situações de risco, a recomendação é buscar ajuda imediata por meio dos canais oficiais, como o Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher) e o 190, da Polícia Militar. A prevenção e a denúncia são passos essenciais para interromper o ciclo da violência antes que se transforme em tragédia.