Casal vai até hospital com bebê dentro de mochila e laudo preliminar do IML é divulgado
Uma situação de extrema tensão chamou a atenção da equipe médica de uma unidade de saúde em Cuiabá (MT), após um casal chegar ao local carregando o corpo de um bebê dentro de uma mochila. O caso aconteceu na manhã deste domingo, dia 2 de novembro, e deixou tanto os profissionais quanto as autoridades em alerta.
De acordo com o boletim médico, o feto apresentava diversos ferimentos e fraturas, além de uma lesão grave na região da cabeça, que estava separada do corpo. Diante da gravidade e da estranheza da situação, a equipe médica acionou imediatamente as autoridades policiais, que compareceram ao hospital para iniciar os procedimentos de investigação.
A mulher relatou aos profissionais que não sabia que estava grávida e afirmou que o parto teria ocorrido por volta das 17h. Segundo o registro, o casal só procurou atendimento cerca de quatro horas depois, o que chamou ainda mais a atenção das autoridades.
Com base em laudos preliminares do Instituto Médico Legal (IML), a principal hipótese levantada é de que o caso envolva uma morte intrauterina, quando o feto morre ainda dentro do útero. O delegado Michael Paes, responsável pelo caso, pediu cautela nas conclusões, destacando que os resultados finais dependem de análises complementares.
A Polícia Civil de Mato Grosso reforçou que o estado em que o corpo foi encontrado pode ser explicado por processos naturais de decomposição que ocorrem quando há morte fetal antes da expulsão do útero. Por enquanto, a hipótese de aborto provocado foi descartada, já que não foram encontrados indícios que sustentem essa versão.
O caso, que gerou grande comoção entre os profissionais do hospital, também reacendeu debates sobre a falta de acesso a exames pré-natais e o desconhecimento de muitas mulheres sobre gestações silenciosas, nas quais os sintomas passam despercebidos até estágios avançados.
Autoridades de saúde destacaram a importância do acompanhamento médico durante toda a gestação e lembraram que a ausência de consultas pode aumentar significativamente os riscos tanto para a mãe quanto para o bebê. Em algumas regiões, a precariedade do sistema público e a falta de informação ainda dificultam o acesso ao pré-natal, o que pode levar a tragédias como essa.
A investigação continua para esclarecer as circunstâncias exatas da morte, o momento do parto e as razões da demora do casal em procurar atendimento médico. A Polícia Civil aguarda o resultado final dos exames periciais para concluir o inquérito e determinar se houve ou não responsabilidade criminal.
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