Caso Benício: Justiça do Amazonas nega pedido de prisão contra médica após defesa apresentar vídeo

Médica é investigada por erro que custou a vida do menino Benício Xavier. O caso continua gerando revolta em todo o país. O garoto deu entrada no Hospital Santa Júlia, em Manaus, com dor de garganta e tosse, mas acabou falecendo após receber uma dose elevada de adrenalina na veia.

A médica responsável pelo atendimento, Juliana Brasil Santos, está sendo alvo de inquérito policial. Um pedido de prisão foi feito contra ela, mas a Justiça do Amazonas negou a solicitação. A defesa da médica apresentou um vídeo que supostamente indicaria falhas no sistema de administração de medicamentos do hospital, o que teria alterado a via da prescrição de adrenalina de oral para intravenosa.

Segundo o delegado Marcelo Martins, o Tribunal de Justiça do Amazonas considerou a possibilidade de que a médica possa não ter cometido erro na prescrição. Benício já havia apresentado o mesmo problema de saúde meses antes e havia recebido prescrição de adrenalina por via oral no mesmo hospital. A defesa alega que a prescrição foi correta, mas que o sistema do hospital alterou a via de administração.

O delegado, em entrevista à CNN Novo Dia, afirmou que, durante visitas ao hospital, a equipe constatou que a alegação da defesa não se sustenta integralmente. “De todo modo, algumas visitas que nós realizamos no Hospital Santa Júlia, no sistema nos foi apresentado e nós vimos que essa alegação da doutora Juliana não se sustenta”, disse.

Após a decisão da Justiça que garantiu habeas corpus à médica, a polícia aguarda o laudo da perícia técnica do sistema de administração de medicamentos. O objetivo é produzir uma prova pericial robusta que indique se o vídeo apresentado pela defesa procede ou não.

Especialistas em saúde pública ressaltam a importância de sistemas de controle rigorosos em hospitais, especialmente no que diz respeito à prescrição e administração de medicamentos, para prevenir tragédias como a de Benício.

O caso também reacende o debate sobre responsabilidade médica e protocolos de segurança, destacando a necessidade de treinamentos periódicos para profissionais de saúde e auditorias regulares nos sistemas hospitalares.

Enquanto a investigação segue, a sociedade acompanha o andamento do caso com atenção, reforçando a demanda por transparência e rigor na apuração de erros médicos e na responsabilização de eventuais falhas institucionais.

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