Feirante que foi morto por engano por PM de folga no RJ, é identificado
Tragédia na Zona Norte: PM fora de serviço mata feirante trabalhador na Penha
O caso chocante está sob investigação e abalou profundamente moradores da Zona Norte do Rio de Janeiro. Neste domingo (6), o feirante Pedro Henrique Morato Dantas foi morto a tiros na Penha, enquanto iniciava a montagem de sua barraca de pastéis. O autor dos disparos foi o policial militar Fernando Ribeiro Baraúna, que estava de folga no momento do crime.
Segundo testemunhas, Pedro Henrique, conhecido por sua dedicação ao trabalho, foi apontado erroneamente como suspeito de um assalto pela esposa do policial, que havia acabado de sair com o marido de uma casa noturna. A acusação, sem qualquer comprovação, levou o agente a sacar sua arma e atirar contra o jovem, sem chance de defesa.
Colegas de feira, em choque, relataram que Pedro trabalhava todos os domingos no mesmo local, sempre com o mesmo ofício. Uma feirante chegou a registrar um vídeo logo após os disparos, denunciando a injustiça cometida e clamando por justiça em meio ao desespero. A imagem do corpo caído ao lado da barraca vazia chocou internautas e viralizou nas redes sociais.
O policial foi conduzido à 22ª Delegacia de Polícia da Penha, e a Corregedoria da PM foi acionada para apurar o caso. Enquanto isso, a família de Pedro, amigos e vizinhos se organizam em manifestações para exigir punição e chamar atenção para a banalização da violência promovida por quem deveria proteger.
O episódio remete ao caso do jornalista Igor Melo, baleado por engano na mesma região, também após ser confundido com um criminoso. Assim como Pedro, Igor era um trabalhador — havia acabado de encerrar seu turno como garçom. Sobreviveu, mas perdeu um rim. Nos dois casos, o erro de julgamento partiu de acompanhantes dos agentes, seguido pelo uso letal da força.
A repetição desses episódios revela um padrão alarmante: policiais fora de serviço, armados, tomando decisões fatais com base em suposições, sem qualquer verificação ou tentativa de abordagem não violenta. Essa prática, além de trágica, expõe deficiências profundas no preparo emocional e técnico dos agentes de segurança pública.
A morte de Pedro Henrique deixa uma família destruída e uma comunidade de luto. Mas também reacende um debate urgente sobre o porte de armas fora do serviço, a responsabilização efetiva de policiais por atos cometidos em contexto civil e a urgência de reformas estruturais que humanizem o exercício da segurança pública.
A memória de Pedro, como a de tantos outros inocentes vítimas do despreparo e do preconceito, não pode ser esquecida. É preciso que sua morte gere mobilização, reflexão e mudança. Justiça, neste caso, não será apenas punir — mas impedir que novos Pedros tenham o mesmo destino.
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