Homem carrega corpo da mãe pelas ruas e conta tudo que aconteceu

Situação gerou repercussão nas redes sociais.

Um caso inusitado e chocante mobilizou a comunidade de Bateau Mouche, na Praça Seca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira (22). Um homem foi flagrado transportando o corpo de sua mãe, Aurora Marques, de 100 anos, em uma cadeira de rodas pelas ruas do bairro.

A idosa havia falecido na terça-feira, por causas naturais, e seu corpo já apresentava sinais de decomposição quando foi encontrado na rua Cândido Benício. A cena inusitada chamou a atenção dos moradores e gerou grande comoção, tanto na comunidade quanto nas redes sociais, onde vídeos e relatos do caso começaram a circular.

Uma atitude extrema em meio à demora do atendimento
De acordo com o relato do filho, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) demorou a chegar, mesmo após dois chamados. Uma médica que atendeu ao caso confirmou o óbito e informou que o Serviço Social seria responsável pela remoção do corpo. Contudo, a espera se estendeu por horas, levando o homem a tomar uma atitude drástica: colocou o corpo da mãe em uma cadeira de rodas e iniciou o trajeto até o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da Praça Seca.

Durante o percurso, a situação ganhou contornos ainda mais dramáticos. Criminosos locais abordaram o homem, desconfiados do cenário incomum. Eles chegaram a acusá-lo de matricídio e, segundo o depoimento do próprio filho, ele foi agredido antes de conseguir explicar o que havia ocorrido.

Repercussão e investigação
O Corpo de Bombeiros do quartel de Campinho foi acionado para atender à ocorrência. O caso, que rapidamente ganhou repercussão, chamou a atenção das autoridades e da população, gerando questionamentos sobre os protocolos de atendimento em casos de óbito. O corpo de Aurora foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) na manhã de quarta-feira, enquanto a Polícia Civil iniciou investigações para apurar os detalhes do ocorrido.

Críticas ao sistema de atendimento
O episódio expôs falhas graves no sistema de atendimento às famílias em situações de óbito na região. A demora para a remoção do corpo gerou indignação, destacando a necessidade de melhorias nos protocolos de assistência às famílias enlutadas, especialmente em comunidades onde os recursos são limitados e o acesso aos serviços públicos é deficiente.

Impacto na comunidade e nas redes sociais
A singularidade do caso atraiu atenção nacional, gerando reflexões sobre o impacto da burocracia no cotidiano das populações mais vulneráveis. Vídeos e fotos compartilhados nas redes sociais provocaram reações mistas, com muitos expressando solidariedade ao homem e criticando a demora no atendimento, enquanto outros debatiam o estado de abandono que o episódio simboliza.

Uma situação que transcende o desespero individual
Esse acontecimento destaca não apenas o desespero de um filho diante da perda da mãe, mas também as complexas dinâmicas sociais que permeiam as comunidades do Rio de Janeiro. Ele reflete o sofrimento de quem, frente à ausência de apoio do sistema, recorre a medidas extremas para lidar com situações delicadas e dolorosas.

Além de evidenciar a necessidade de revisão nos serviços de emergência e assistência social, o caso serve como um alerta sobre as dificuldades enfrentadas diariamente pelas populações mais vulneráveis, que, muitas vezes, enfrentam a perda de um ente querido em meio à ineficiência e desamparo.

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