Homem se passa por assaltante e tira a vida da própria esposa com disparo fatal; farsa foi descoberta

Homem encena assalto para tentar encobrir feminicídio no Paraná

No Paraná, a violência doméstica ganhou contornos ainda mais chocantes com um crime planejado de forma ardilosa. Em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do estado, um marido encenou um assalto para tentar encobrir o assassinato da própria esposa, mostrando até que ponto a manipulação pode chegar em casos de feminicídio.

O crime ocorreu no dia 13 de setembro. Jaqueline Rodrigues Pereira, de 37 anos, foi encontrada morta na área externa da residência do casal, com um tiro na cabeça. Inicialmente, tudo indicava tratar-se de um assalto seguido de morte, especialmente porque o marido, Adriano Forgiarini, também apresentava ferimentos por disparo. Ele foi internado em estado grave, reforçando a versão de que ambos teriam sido vítimas de criminosos.

Contudo, as investigações da Polícia Civil do Paraná revelaram uma verdade distinta. Em quase duas semanas de apurações, testemunhas foram ouvidas, provas reunidas, e ficou comprovado que o ferimento de Adriano havia sido auto-infligido, numa tentativa de sustentar a encenação do assalto. A arma utilizada no crime foi encontrada na propriedade da família, derrubando de vez a narrativa inicial. Adriano, de 37 anos, foi preso preventivamente em um hotel, acusado de feminicídio.

Familiares e amigos ficaram em choque com a descoberta. Segundo uma sobrinha da vítima, o relacionamento parecia tranquilo e não havia sinais aparentes de violência. O episódio ganha ainda mais impacto pelo histórico de Jaqueline, que havia superado um câncer de mama poucos meses antes e estava retomando seus planos de vida, tornando sua morte ainda mais trágica.

Especialistas em violência doméstica alertam que casos como este, nos quais o agressor tenta manipular a percepção de terceiros, evidenciam a complexidade do fenômeno. Muitas vítimas vivem ameaças silenciosas, e sinais de alerta podem passar despercebidos até que seja tarde demais.

O episódio também evidencia a importância de redes de apoio às mulheres, como delegacias especializadas, centros de referência e linhas de denúncia. A atuação rápida e coordenada das autoridades é essencial para identificar situações de risco e prevenir desfechos fatais.

Além disso, campanhas de conscientização sobre feminicídio e violência doméstica devem ser constantemente reforçadas. Educação, prevenção e denúncia são ferramentas fundamentais para transformar a cultura de silêncio que ainda envolve muitos lares.

Enquanto a investigação prossegue, o caso serve como alerta para toda a sociedade sobre a gravidade da violência dentro do ambiente familiar. Cada história interrompida de forma violenta lembra que a proteção das mulheres precisa ser prioridade, e que o perigo muitas vezes vem de quem deveria ser o maior aliado.

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