Irmão de Tainara, que teve pernas amputas ao ser atropelada pelo ex, revela como ela está e o que viu no hospital: ‘O rosto dela…’

A recuperação de Tainara Souza Santos, de 31 anos, continua marcada por desafios médicos e emocionais após o grave atropelamento ocorrido na Marginal Tietê, em São Paulo. A vítima, que sofreu ferimentos severos, ainda precisará passar por mais uma cirurgia.

Desde o último sábado, Tainara está internada no Hospital Municipal Vereador José Storopolli, onde tem enfrentado uma série de procedimentos complexos. De acordo com a equipe médica, nos próximos dias será necessária a realização de uma quarta cirurgia, desta vez destinada à aplicação de enxertos nas áreas amputadas, etapa fundamental para o processo de reconstrução dos membros.

A família permanece em constante vigilância, acompanhando cada evolução no quadro clínico. A terceira cirurgia, que ocorreu na terça-feira, se estendeu por quase sete horas e envolveu a estabilização da bacia com pinos e a colocação de uma sonda. Apesar de permanecer em coma induzido, a equipe médica relata respostas positivas ao tratamento.

O irmão de Tainara, Luan Henrique, tem vivido momentos de intensa emoção ao acompanhar o estado da irmã. Ele conta que, mesmo com o inchaço causado pelas lesões e intervenções cirúrgicas, ainda é possível reconhecer seu semblante, o que traz algum conforto em meio a tantos desafios.

“Ela estava reagindo bem [ao tratamento], mas ainda está em coma induzido. Está sendo difícil. Me emocionei durante a última visita, estou desamparado. O rosto dela continua o mesmo, só está um pouco inchado”, relatou, visivelmente abalado.

Mãe de duas crianças, de 12 e 7 anos, Tainara tem recebido todo o apoio dos familiares. As crianças estão sob os cuidados do pai, e, devido à gravidade do caso, a família decidiu aguardar antes de revelar a verdade completa aos pequenos, preservando-os até que tudo esteja mais claro.

Durante esse período crítico, uma suposta campanha de arrecadação financeira em nome de Tainara começou a circular na internet, o que gerou preocupação entre os familiares. Eles alertam que a iniciativa é falsa e reforçam que não solicitaram nenhum tipo de contribuição, pedindo apenas apoio emocional, pensamentos positivos e orações.

O atropelamento ocorreu na madrugada de sábado, pouco depois de Tainara deixar um bar no Parque Novo Mundo. Testemunhas afirmam que uma discussão envolvendo Douglas Alves da Silva, de 26 anos, antecedeu o ataque.

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Segundo conhecidos, Tainara e o agressor já haviam se encontrado algumas vezes, mas não mantinham um relacionamento definido. Ele teria se irritado ao vê-la acompanhada e, ao deixar o estabelecimento, aguardou do lado de fora antes de avançar com o carro, de forma deliberada.

A vítima foi atingida e arrastada por vários metros, enquanto pessoas próximas tentavam intervir sem sucesso. Douglas foi localizado no dia seguinte, escondido em um hotel na Vila Prudente. Ele tentou resistir à abordagem policial e acabou ferido. Detido, afirmou que seu alvo seria o acompanhante de Tainara, com quem teria discutido horas antes. O caso segue sob investigação e reacende debates sobre violência, segurança e a vulnerabilidade de mulheres em ambientes de risco.

O caso de Tainara tem provocado forte repercussão nas redes sociais e impulsionado discussões sobre a necessidade de políticas mais rígidas de proteção às mulheres. Especialistas apontam que episódios como esse, motivados por impulsos de ciúmes e agressividade, revelam falhas estruturais na prevenção e no enfrentamento da violência de gênero.

Organizações de defesa dos direitos das mulheres destacam que situações envolvendo agressões impulsivas após discussões são mais comuns do que se imagina. Elas defendem que a sociedade precisa fortalecer mecanismos de denúncia, campanhas educativas e canais de acolhimento, garantindo que vítimas em potencial possam identificar sinais de risco antes que tragédias ocorram.

Enquanto isso, amigos e moradores da região têm realizado pequenos atos de solidariedade, promovendo vigílias e mensagens de apoio em frente ao hospital. Entre pedidos de justiça e demonstrações de força, cresce também a esperança de que Tainara consiga superar a fase mais crítica de sua recuperação, caminhando gradualmente para um processo longo, mas possível, de reconstrução física e emocional.

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