Jovem ciclista que morreu na SC-415 após grave atropelamento é identificado

Tragédia na SC-415: ciclista de 21 anos morre atropelado por caminhão em Santa Catarina

O acidente aconteceu na manhã da última quinta-feira, 26 de junho, na SC-415, uma rodovia conhecida pelo tráfego intenso e pela ausência de infraestrutura segura para ciclistas. A vítima foi Gabriel Farias Dietrich, de 21 anos, morador de Joinville, carinhosamente apelidado de “Peixe” por amigos e familiares.

Gabriel pedalava na divisa entre Araquari e Balneário Barra do Sul quando foi atingido por um caminhão por volta das 7h. Segundo os Bombeiros Voluntários, ele foi encontrado com ferimentos gravíssimos e sem sinais de consciência. Infelizmente, não resistiu e morreu ainda no local, antes de qualquer possibilidade de atendimento hospitalar.

Mais do que um ciclista, Gabriel era um jovem cheio de sonhos. Ele e a esposa, Amanda Bernardes, com quem havia oficializado a união no civil, planejavam um casamento na igreja, filhos, e uma vida tranquila à beira-mar. “Nosso sonho era construir uma casa na praia e envelhecer juntos”, escreveu Amanda nas redes sociais, emocionando quem acompanhava a trajetória do casal.

O velório de Gabriel foi realizado nesta quinta-feira (27), em Joinville, com sepultamento marcado para a sexta-feira no Cemitério Municipal da cidade. Amigos e familiares compareceram em peso, num luto coletivo marcado por comoção, lembranças e o sentimento de impotência diante de mais uma tragédia viária envolvendo um jovem promissor.

A SC-415 liga Balneário Barra do Sul à BR-280 e, como tantas outras rodovias estaduais, não oferece ciclovias, acostamentos adequados ou sinalização específica para ciclistas. Essa ausência estrutural cria um ambiente hostil e perigoso para quem opta pela bicicleta como meio de transporte ou lazer. Gabriel é mais uma vítima da negligência histórica com a mobilidade ativa no país.

Sua morte reacende uma discussão urgente sobre a segurança de ciclistas nas estradas brasileiras. Apesar da crescente adesão ao ciclismo, políticas públicas voltadas à proteção desse grupo ainda são insuficientes. Investimentos em ciclovias, campanhas de conscientização e fiscalização de velocidade nas rodovias são medidas essenciais para salvar vidas.

Além do debate sobre infraestrutura, o caso de Gabriel revela também a dimensão humana dessas perdas: sonhos interrompidos, famílias devastadas e comunidades inteiras que sofrem com a ausência de jovens cheios de vida e planos. Cada cruz à beira da estrada representa uma história como a de Gabriel — e nenhuma deveria ser esquecida.

É preciso mais do que lamentar. A comoção deve ser acompanhada de ação. Que a dor da perda de Gabriel Farias Dietrich se transforme em um grito por mudanças reais, para que pedalar no Brasil deixe de ser um risco e passe a ser um direito seguro.

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