Mãe da menina que morreu vítima do desafio do TikTok faz desabafo emocionante: ‘A última lembrança’
O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais e acende um importante alerta para pais e responsáveis.
O uso cada vez mais precoce da tecnologia por crianças tem gerado sérias preocupações sobre os riscos escondidos no ambiente digital. Com a facilidade de acesso a diversos tipos de conteúdo, desafios virtuais perigosos têm se multiplicado, muitas vezes sem que os responsáveis percebam.
A trágica morte de Sarah Raissa Pereira de Castro, de apenas 8 anos, em Ceilândia (DF), trouxe à tona a urgência de um monitoramento mais atento das atividades online das crianças.
Maria Fabiana Pereira, mãe de Sarah, fez um desabafo emocionante ao relembrar a última vez que viu a filha com vida. Abalada, contou que tem tentado se manter firme por causa da filha mais velha.
“Deixei ela arrumadinha para a escola e fui trabalhar. A última lembrança que tenho dela bem”, declarou, visivelmente emocionada.
Sarah foi encontrada desacordada na casa do avô, ao lado de um frasco de desodorante aerossol e de um celular — indícios de que ela possivelmente tentou realizar um desafio viral. Ela ainda foi socorrida com vida e levada ao Hospital Regional de Ceilândia, mas infelizmente não resistiu.
A Polícia Civil do Distrito Federal está investigando o caso e já identificou no celular da menina registros de vídeos relacionados ao chamado “desafio do desodorante”, no qual o uso inadequado do produto é incentivado. A prática consiste em inalar o gás do aerossol, o que pode provocar graves consequências à saúde e até levar à morte.
A comoção tomou conta da Escola Classe 6, onde Sarah estudava. Professores, colegas e familiares organizaram uma homenagem comovente, com balões brancos e faixas alertando sobre os perigos das redes sociais.
Durante a cerimônia, o pai de Sarah, Cássio Maurílio, lembrou o sonho da filha de se tornar médica e ajudar outras pessoas — um desejo interrompido tragicamente. “Ela queria salvar vidas… e perdeu a própria por algo tão absurdo”, disse.
O celular de Sarah foi encaminhado para perícia e o laudo do Instituto Médico Legal está sob análise. As autoridades buscam não apenas esclarecer as circunstâncias da morte, mas também identificar possíveis responsáveis pela propagação de conteúdos nocivos voltados a crianças e adolescentes.
Neste momento difícil, a família lida com a dor do luto, especialmente a irmã de Sarah, de 13 anos, que agora precisa do apoio emocional da mãe para enfrentar a perda.
Esse triste episódio reforça a necessidade urgente de promover campanhas de conscientização sobre o uso responsável da internet entre crianças e jovens. O acompanhamento ativo por parte dos pais é fundamental para prevenir que tragédias semelhantes se repitam.
É essencial que escolas e instituições também assumam um papel mais proativo na educação digital, abordando o tema com alunos e oferecendo orientações práticas sobre segurança online. A integração de pais, professores e especialistas pode fortalecer a rede de proteção às crianças no ambiente virtual.
Além disso, plataformas digitais e redes sociais devem assumir maior responsabilidade na filtragem e bloqueio de conteúdos perigosos. A criação de mecanismos mais eficientes de denúncia e remoção rápida desses vídeos é uma medida indispensável para conter sua disseminação.
Por fim, é necessário fomentar o diálogo dentro das famílias. Conversas abertas e constantes com as crianças sobre o que consomem online, quem seguem e com quem interagem podem fazer toda a diferença. A escuta atenta e o acolhimento são pilares fundamentais para construir relações de confiança e proteção.
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