Mãe denuncia a própria filha, e acaba sendo atacada em SP

Mulher é presa após confessar assassinato da própria mãe em Santo André

Um crime brutal chocou os moradores de Santo André, na região metropolitana de São Paulo, na última segunda-feira, 1º de julho. Talita Maria Schiavon, de 33 anos, foi presa em flagrante após confessar ter tirado a vida da própria mãe, Fernanda Soares Cunha, de 52 anos. A vítima morreu por asfixia, segundo laudo preliminar.

O crime ocorreu apenas uma semana depois de Fernanda ter registrado um boletim de ocorrência contra a filha. Segundo as autoridades, a discussão que culminou no homicídio foi motivada por questões financeiras, um ponto recorrente de conflito entre as duas. Relatos de vizinhos confirmam que brigas entre mãe e filha eram frequentes, e que a polícia já havia sido chamada anteriormente para conter as tensões familiares.

A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santo André está à frente das investigações e trabalha para reconstruir a cronologia dos fatos. A existência de um boletim de ocorrência anterior é considerada uma peça-chave no inquérito, pois pode indicar uma escalada de violência e até mesmo premeditação. Esse documento oficial demonstra que a vítima já havia buscado ajuda formal, mas, infelizmente, a intervenção não foi suficiente para evitar o desfecho trágico.

Casos como esse escancaram a complexidade da violência doméstica, especialmente quando envolvem laços de parentesco direto, como entre mãe e filha. O crime é classificado como matricídio, um dos tipos mais impactantes dentro da criminologia por romper com os vínculos familiares mais profundos. Especialistas apontam que, em muitos desses casos, há um histórico de relações disfuncionais, negligência afetiva ou dependência emocional e financeira que, com o tempo, se transforma em hostilidade crônica.

Segundo a polícia, Talita confessou o crime sem oferecer resistência no momento da prisão. A motivação financeira foi confirmada em seu depoimento inicial, mas os investigadores ainda buscam entender se há outros fatores envolvidos, como transtornos psicológicos, histórico de abuso ou questões de saúde mental. O celular da suspeita, objetos da cena do crime e o boletim de ocorrência anterior foram recolhidos para perícia.

O assassinato de Fernanda Soares Cunha provocou indignação nas redes sociais e reacendeu debates sobre a efetividade das medidas preventivas para casos de violência intrafamiliar. Ainda que a vítima tenha denunciado a filha formalmente, não houve tempo ou mecanismos eficazes para protegê-la. Para especialistas, o episódio reforça a urgência de políticas públicas mais integradas, que envolvam não apenas a segurança, mas o acompanhamento psicológico e social de famílias em situação de risco.

A Justiça deverá decidir nos próximos dias se Talita continuará presa preventivamente enquanto o processo corre. O caso segue sendo investigado pela DDM, que trabalha com o apoio do Instituto Médico Legal (IML) e da perícia técnica para esclarecer todos os detalhes do crime. A expectativa é que novos elementos possam emergir nos próximos depoimentos e análises.

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