Mãe e filha que estão entre as 17 vítimas fatais do grave acidente de ônibus são identificadas
Acidente aconteceu na noite da última sexta-feira, dia 17 de outubro
Acidentes envolvendo ônibus deixam marcas profundas nas comunidades e nas famílias que perdem entes queridos. Pela quantidade de passageiros e pelas dimensões dos veículos, qualquer falha na estrada pode transformar uma viagem comum em uma tragédia de grandes proporções.
Foi o que aconteceu na noite de sexta-feira, 17 de outubro, na BR-423, entre os municípios de Paranatama e Saloá, em Pernambuco. Um ônibus que retornava à Bahia tombou em um trecho conhecido como Serra dos Ventos, resultando em 17 mortos e 17 feridos.
Entre as vítimas estavam Sirlândia de Souza Machado, ex-secretária de Administração de Barra da Estiva (BA), e sua mãe, Marlene Medeiros de Souza. As duas faziam parte de um grupo que viajava para Santa Cruz do Capibaribe, polo têxtil que atrai comerciantes e costureiras de várias regiões, em busca de mercadorias para revenda.
A viagem de volta, que deveria ser apenas o encerramento de mais uma jornada de trabalho, foi interrompida por um acidente devastador. A Prefeitura de Barra da Estiva lamentou profundamente a perda em nota oficial e decretou dois dias de luto, destacando o respeito e a solidariedade às famílias enlutadas.
Outras cidades baianas, como Rio do Pires, Brumado e Aracatu, também confirmaram que moradores locais estavam entre as vítimas. As equipes de resgate montaram uma grande operação, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, Corpo de Bombeiros e Samu, que trabalharam durante toda a madrugada no socorro às vítimas e na liberação da via.
O atendimento aos feridos se estendeu por várias horas. Eles foram encaminhados ao Hospital Dom Moura, em Garanhuns. Seis pacientes permanecem internados em estado grave na UTI, enquanto outras cinco pessoas já receberam alta médica.
De acordo com informações da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, o ônibus transportava mais passageiros do que o permitido, o que pode ter agravado o impacto do tombamento. Três listas diferentes foram encontradas a bordo, indicando que algumas pessoas podem ter embarcado sem registro oficial. Essa possível irregularidade é agora uma das principais linhas de investigação.
A tragédia reacende o debate sobre a segurança no transporte rodoviário de passageiros no Brasil. Viagens longas, realizadas por empresas de turismo ou grupos de comerciantes, são práticas comuns em regiões de economia popular, mas muitas vezes ocorrem sem fiscalização adequada. Especialistas alertam que a ausência de controle sobre a manutenção dos veículos e o excesso de passageiros ampliam os riscos nas estradas.
Em meio à dor, as comunidades afetadas se unem em gestos de solidariedade. Missas, vigílias e campanhas de arrecadação estão sendo organizadas para apoiar as famílias das vítimas. O nome de Sirlândia e de sua mãe, Marlene, agora simboliza o luto coletivo e a saudade que ecoa em várias cidades do interior baiano.
Agora, famílias inteiras tentam lidar com o vazio deixado por mais uma tragédia nas rodovias brasileiras. Entre lágrimas e homenagens, a lembrança das vítimas permanece viva — um apelo silencioso por mais segurança, empatia e responsabilidade no trânsito.
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