Metanol: após quase 2 meses internado, jovem de 28 anos morre e se torna 8º vítima em São Paulo
Nesta quinta-feira (23/10), foi confirmada mais uma morte associada à contaminação por metanol em São Paulo. A vítima, identificada como Rafael dos Anjos Martins Silva, de apenas 28 anos, estava internada há 53 dias em um hospital de Osasco e não resistiu às complicações.
Rafael foi um dos primeiros casos registrados e apresentava um quadro considerado gravíssimo desde o início. Após quase dois meses de luta pela vida, a notícia de sua morte foi confirmada por um familiar nas redes sociais, gerando grande comoção entre amigos e conhecidos.
O jovem fazia parte de um grupo de amigos que, no dia 30 de agosto, se reuniu para consumir gin. Segundo relatos, Rafael foi o único a ingerir a bebida pura — um gin da marca Tanqueray — e, horas depois, começou a sentir fortes dores abdominais e náuseas. A princípio, acreditou que se tratava apenas de uma ressaca, mas os sintomas se agravaram rapidamente, levando-o a procurar atendimento médico.
Familiares contaram que, após os primeiros sinais de mal-estar, o jovem começou a se queixar de problemas na visão e chegou a gritar que estava cego, o que alarmou a todos. Ele foi levado às pressas para o Hospital Geral do Grajaú (HGG), onde foi internado em estado crítico.
Logo em seguida, Rafael foi transferido para o Hospital São Luiz de Osasco, onde permaneceu na UTI, em ventilação mecânica e submetido a sessões de hemodiálise. Apesar dos esforços das equipes médicas, seu quadro foi se agravando, e nos últimos dias ele já estava em coma, com prognóstico considerado irreversível.
Com a morte de Rafael, sobe para oito o número de vítimas fatais confirmadas na epidemia de contaminação por metanol no estado de São Paulo. As autoridades sanitárias seguem em alerta, investigando a origem das bebidas adulteradas que vêm causando intoxicações em diferentes cidades.
O metanol é uma substância altamente tóxica, usada principalmente na indústria química e que não é própria para consumo humano. Mesmo pequenas quantidades podem causar danos graves ao sistema nervoso central, cegueira e falência múltipla de órgãos. Especialistas alertam que o produto é, por vezes, misturado ilegalmente em bebidas alcoólicas falsificadas, especialmente em destilados vendidos a preços muito abaixo do mercado.
Nos últimos meses, a Polícia Civil e a Vigilância Sanitária intensificaram fiscalizações em distribuidoras e bares da Grande São Paulo. Alguns estabelecimentos foram interditados após a apreensão de garrafas suspeitas. As investigações buscam identificar os responsáveis pela fabricação e distribuição das bebidas contaminadas.
O caso de Rafael, assim como o das demais vítimas, serve como um alerta para o consumo consciente e seguro de bebidas alcoólicas. Autoridades recomendam que os consumidores comprem apenas em locais de confiança e verifiquem selos e lacres originais. Enquanto isso, familiares e amigos se despedem de um jovem que, segundo relatos, era alegre, trabalhador e cheio de planos interrompidos por uma tragédia evitável.
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