Morre aos 92 anos o querido jornalista Léo Batista
O Brasil se despediu neste domingo (19) de uma das vozes mais marcantes do jornalismo nacional. Léo Batista, ícone da comunicação, faleceu aos 92 anos no Hospital Rios D’Or, no Rio de Janeiro, onde estava internado desde o início de janeiro após um diagnóstico de câncer.
Nascido João Baptista Belinaso Neto, em 22 de abril de 1932, na pequena Cordeirópolis, interior de São Paulo, Léo Batista construiu uma trajetória que se tornou sinônimo de dedicação, paixão e profissionalismo. Filho de imigrantes italianos, ele começou sua vida profissional de forma humilde, ajudando sua família como garçom após sair de um colégio interno aos 14 anos. No entanto, foi no microfone que Léo encontrou sua verdadeira vocação.
Uma carreira construída com paixão
A história de Léo na comunicação começou nos anos 1940, quando venceu um concurso local para atuar como locutor em um serviço de alto-falantes. Seu talento natural logo chamou a atenção e, ainda jovem, começou a trabalhar em rádios do interior paulista.
Em 1952, sua vida tomou um rumo decisivo ao se mudar para o Rio de Janeiro, onde foi contratado pela Rádio Globo. Foi nessa época que adotou o nome artístico “Léo Batista”, escolhido por meio de uma votação entre colegas que acharam que seu nome original soava pouco radiofônico. A mudança foi tão marcante que até mesmo sua família passou a chamá-lo exclusivamente pelo novo nome.
Protagonista de grandes momentos históricos
Um dos episódios mais emblemáticos de sua carreira ocorreu em 24 de agosto de 1954, quando, em plantão na Rádio Globo, Léo noticiou em primeira mão o suicídio do presidente Getúlio Vargas. Este momento consolidou sua posição como um dos principais comunicadores do país e demonstrou seu talento para lidar com eventos de grande relevância nacional.
Já na televisão, Léo Batista brilhou ainda mais intensamente. Em 1965, ele se tornou uma das primeiras figuras a integrar a TV Globo, onde permaneceria por 55 anos, construindo uma carreira que fez história. Sua estreia no jornalismo esportivo televisivo ocorreu de maneira marcante, narrando uma partida entre São Cristóvão e Bonsucesso no Maracanã. A partir daí, sua voz tornou-se familiar para milhões de brasileiros, narrando incontáveis eventos esportivos e participando de quase todos os telejornais da emissora.
O legado de um ícone
Mais do que um narrador esportivo, Léo Batista representou uma era de ouro da comunicação brasileira. Seu estilo único, marcado pela elegância, carisma e paixão pelo jornalismo, influenciou gerações de comunicadores. Ele não apenas narrava histórias; ele fazia parte delas, tornando-se um exemplo de dedicação e ética profissional.
Mesmo diante da doença que levou ao seu falecimento, Léo Batista continuou ativo na profissão que tanto amava até pouco antes de ser internado. Seu legado transcende o microfone e a tela da TV, representando uma vida dedicada a informar, entreter e inspirar.
Despedida emocionante
A notícia de sua partida gerou uma onda de homenagens de colegas, fãs e personalidades do jornalismo. Nas redes sociais, comunicadores relembraram sua importância na história da comunicação brasileira, exaltando sua humildade, generosidade e a capacidade única de cativar o público.
Léo Batista deixa um exemplo inesquecível e uma carreira que será lembrada por décadas. Mais do que um jornalista, ele foi um verdadeiro contador de histórias, cuja voz ficará eternamente gravada na memória do Brasil.
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