No Rio, mulher é presa suspeita de encomendar o homicídio do próprio pai

Mulher é presa no Rio suspeita de encomendar a morte do próprio pai; crime pode ter ligação com “serial killer” de SP

Uma investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou um possível caso de assassinato encomendado que chocou a Baixada Fluminense. Em Duque de Caxias, uma mulher identificada como Michele Paiva da Silva, de 43 anos, foi presa por suspeita de ter mandado matar o próprio pai, Neil Corrêa da Silva, de 65. O crime, que teria ocorrido em abril deste ano, pode estar ligado a uma “serial killer” presa recentemente em São Paulo.

De acordo com as autoridades, Neil passou mal e morreu poucas horas depois de comer uma feijoada preparada pela filha. O laudo médico inicial apontava insuficiência respiratória aguda, crise convulsiva e parada cardiorrespiratória como causas da morte. No entanto, o desenrolar da investigação levantou a suspeita de envenenamento, o que levou à exumação do corpo na última quarta-feira (9), no Cemitério Memorial do Rio, em Cordovil.

As novas suspeitas surgiram após a prisão de Ana Paula Veloso Azevedo, em Guarulhos (SP). Apontada pela polícia como uma possível assassina em série, Ana Paula teria revelado, em depoimento, que Michele a contratou para matar o próprio pai. Segundo ela, as duas planejaram o crime juntas, e Michele teria arcado com as despesas da viagem de Ana Paula até o Rio de Janeiro para executar o plano.

Michele foi presa quando se dirigia à faculdade e, ao ser levada à delegacia, negou envolvimento no crime e chorou durante o interrogatório. Apesar disso, os investigadores afirmam possuir elementos que sustentam a hipótese de homicídio premeditado. “As circunstâncias são muito específicas, e o vínculo com Ana Paula torna o caso ainda mais grave”, afirmou um policial que acompanha o inquérito.

(novo parágrafo 1) A polícia trabalha agora para confirmar se a substância suspeita encontrada nos restos mortais de Neil é compatível com veneno utilizado em outros crimes atribuídos a Ana Paula. Peritos do Instituto Médico-Legal (IML) estão conduzindo análises toxicológicas detalhadas, que devem ser concluídas nas próximas semanas. Caso a presença do agente tóxico seja comprovada, a acusação contra Michele e Ana Paula poderá ser formalizada como homicídio qualificado.

(novo parágrafo 2) Fontes próximas à investigação afirmam que o relacionamento entre Michele e o pai era conturbado. Testemunhas relataram discussões frequentes envolvendo questões financeiras e familiares. Neil, aposentado, vivia sozinho, mas mantinha contato constante com a filha — o que, segundo os investigadores, teria facilitado a execução do crime.

(novo parágrafo 3) O caso também reacendeu o debate sobre o perfil psicológico de criminosos que se envolvem em assassinatos encomendados. Especialistas em criminologia destacam que a associação entre mandantes e executores de homicídios revela padrões de manipulação, poder e cumplicidade que precisam ser estudados de forma mais profunda. “Muitos desses crimes nascem de dinâmicas emocionais complexas, e o envenenamento é uma escolha que indica frieza e planejamento”, explica a psicóloga forense Lúcia Martins.

(novo parágrafo 4) Enquanto a polícia busca novas provas, a comunidade de Duque de Caxias permanece abalada com o caso. Vizinhos descreveram Neil como um homem tranquilo e prestativo, e dizem ainda não acreditar na possibilidade de que a filha tenha planejado sua morte. “Ele falava dela com orgulho. É difícil aceitar isso”, contou uma moradora da rua onde o idoso vivia. A tragédia, agora com desdobramentos nacionais, promete trazer à tona novos capítulos sobre a ligação entre Michele e a suspeita de assassinatos em série em São Paulo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *