Pai conta o que aconteceu com sua filha no velório coletivo das vítimas do tornado no PR: ‘Jogada contra o muro’
Pai se emociona em velório coletivo de filha vítima do tornado no Paraná
A cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, parou neste domingo, 9 de novembro, para se despedir das vítimas do tornado que devastou a região na sexta-feira, dia 7. Entre os mortos estava a adolescente Júlia Kwapis, de 14 anos, a vítima mais jovem do desastre. Durante o velório coletivo, seu pai, Roberto Kwapis, desabafou sobre a busca angustiante pela filha e relatou detalhes emocionantes do momento em que a tragédia atingiu a cidade.
O pai contou que Júlia estava com uma amiga, Heloisa, perto de uma creche quando foram atingidas pelo vento. “A Heloisa foi arrastada por mais de cem metros e sobreviveu. A Júlia foi jogada contra o muro da creche”, relatou Roberto, visivelmente emocionado. Ele descreveu a situação como algo que começou a “estourar” repentinamente, destruindo tudo em segundos.
Durante toda a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado, Roberto percorreu abrigos, hospitais e ruas da cidade, buscando qualquer sinal da filha. Apesar do desespero, ele manteve fé em reencontrá-la, até que a trágica confirmação da morte veio no dia seguinte. O enterro de Júlia aconteceu às 14h30, no cemitério municipal, em meio a grande comoção. Uma ambulância precisou permanecer no local para atender pessoas que passavam mal durante a despedida.
O velório coletivo reuniu famílias inteiras, unidas na dor e no luto. O “choro contido” dos moradores e a solidariedade mútua marcaram a cerimônia, evidenciando a gravidade do desastre e o impacto emocional devastador do tornado EF3, que destruiu 90% da cidade, matou seis pessoas e deixou centenas de feridos.
Além do luto, a tragédia despertou reflexões sobre prevenção e preparação para desastres naturais, principalmente em regiões vulneráveis a ventos fortes. Autoridades locais e federais intensificaram ações emergenciais, oferecendo apoio às famílias desabrigadas e apoio psicológico às vítimas.
A história de Júlia Kwapis rapidamente se espalhou, tornando-se símbolo da juventude interrompida e do impacto humano do tornado. Escolas, amigos e vizinhos lembram a adolescente como uma menina alegre e sonhadora, que tinha planos e expectativas interrompidos de forma trágica.
O episódio também trouxe atenção à força implacável da natureza e à necessidade de políticas de proteção e alerta rápido em comunidades vulneráveis. O sofrimento da família Kwapis reflete a dor de centenas de pessoas que perderam entes queridos e lares em questão de segundos.
Enquanto a cidade ainda se reorganiza, a memória de Júlia permanece viva na fé, nas lembranças e na solidariedade da comunidade que, mesmo em meio à devastação, tenta reconstruir suas vidas e preservar as memórias das vítimas.
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