Pai do menino de 2 anos que tirou a vida da mãe com um disparo, presta depoimento e detalhe chama atenção (vídeo)
Criança de 2 anos mata acidentalmente a mãe em Rio Verde (MS): tragédia reacende debate sobre segurança com armas em casa
Um episódio profundamente triste abalou a cidade de Rio Verde, no interior do Mato Grosso do Sul, e escancarou os riscos do manuseio e armazenamento inadequado de armas de fogo em ambientes domésticos.
Na noite da última sexta-feira (13), uma mulher de 27 anos foi morta por um disparo acidental feito por seu próprio filho, de apenas dois anos. De acordo com as investigações, a criança encontrou uma pistola 9 milímetros sobre uma mesa no quintal da residência, onde os pais estavam sentados momentos antes da tragédia.
Imagens captadas por câmeras de segurança mostram a sequência dos acontecimentos. Enquanto o casal conversava, a criança se aproximou da mesa, pegou a arma e a manuseou em frente aos pais. Num instante de descuido, o menino disparou acidentalmente em direção à mãe, atingindo-a no braço e no tórax.
Ainda nas imagens, é possível ver a mulher se levantando rapidamente, tentando correr, mas caindo ao chão poucos segundos depois. O filho corre atrás e permanece ao lado da mãe caída, enquanto o pai, em estado de choque, recolhe a arma e tenta prestar socorro imediato.
Segundo a Polícia Civil, o homem possuía registro e porte legal da arma. Em seu depoimento preliminar, ele afirmou não ter percebido o momento em que o filho teve acesso ao armamento. Ele apresentou a documentação da pistola e entregou à delegacia as gravações das câmeras de segurança como prova.
A arma foi apreendida, e o pai responderá por homicídio culposo — quando não há intenção de matar —, mas seguirá o processo em liberdade. A delegada responsável pelo caso, Danielle Felismino, informou que novas oitivas estão previstas nos próximos dias para aprofundar a apuração dos fatos.
Quanto à guarda da criança, a delegada esclareceu que, por enquanto, ela permanecerá sob os cuidados de familiares próximos. Contudo, o caso poderá ser encaminhado ao Conselho Tutelar, dependendo do desdobramento das investigações e da avaliação das condições do ambiente familiar.
A tragédia reacende um debate urgente sobre a responsabilidade que envolve o porte legal de armas. Ainda que regulamentado, o simples fato de um armamento estar acessível a uma criança pequena revela uma falha grave de segurança e de consciência sobre os riscos potenciais dentro do próprio lar.
Especialistas em segurança armamentista reforçam que todas as armas devem ser armazenadas em cofres ou compartimentos trancados, com munição separada, fora do alcance de menores e sem exceções. A tragédia em Rio Verde não foi resultado apenas de um acidente, mas também de uma negligência evitável.
O luto da família agora se mistura à culpa e às consequências jurídicas. Amigos e vizinhos, em estado de choque, prestaram homenagens à jovem, descrita como uma mãe dedicada e amorosa. A comoção na cidade levanta uma reflexão mais profunda sobre o limite entre o direito ao armamento e o dever de proteger os mais vulneráveis.
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