Pastor morre durante missão humanitária em área de Tornado e seu último vídeo emociona

A morte de um pastor enquanto prestava ajuda humanitária em uma área devastada por um tornado gerou grande comoção, especialmente após a divulgação de seu último vídeo.

Após uma missão solidária terminar de forma trágica, a comunidade adventista do Paraná está de luto desde a sexta-feira, 14 de novembro, após a morte do pastor João Nicolau Gonçalves, de 45 anos.

O líder religioso faleceu em um grave acidente na BR-277, no município de Palmeira, enquanto retornava de Rio Bonito do Iguaçu, cidade fortemente atingida por um tornado dias antes. Ele havia atuado diretamente no apoio às famílias desabrigadas e na coordenação de ações emergenciais.

As informações sobre o acidente foram confirmadas pela Polícia Rodoviária Federal e pela Associação Central Paranaense da Igreja Adventista. Segundo a PRF, a colisão frontal ocorreu por volta das 11h50 e envolveu três veículos. O pastor, que conduzia seu carro sozinho, morreu no local. Outras três pessoas ficaram feridas, duas delas em estado grave.

Com a repercussão do caso, o último vídeo publicado pelo pastor em suas redes sociais ganhou um tom de despedida. A gravação, feita horas antes do acidente, mostrava João celebrando a organização de uma carreta carregada de mantimentos destinada aos desabrigados pelo tornado — um registro de sua dedicação até os últimos momentos.

Desde a tragédia climática em Rio Bonito do Iguaçu, o pastor João havia se tornado uma figura fundamental nas ações de ajuda. Ele coordenava equipes da Ação Solidária Adventista (ASA) e da ADRA, liderando cerca de 80 voluntários em ações de socorro e distribuição de donativos.

No momento do acidente, João retornava a Curitiba para buscar mais reforços para a missão humanitária, demonstrando seu comprometimento com a causa. A Associação Central Paranaense da Igreja Adventista lamentou profundamente sua morte, destacando seu papel de liderança e serviço.

Em nota, a instituição manifestou solidariedade à esposa e às duas filhas do pastor, ressaltando que seu “legado de serviço, dedicação e fidelidade […] permanecerá gravado” na história da igreja. A Polícia Civil segue investigando as circunstâncias da colisão.

A perda do pastor João repercutiu não apenas entre membros da igreja, mas também entre moradores das cidades que receberam sua ajuda. Em Rio Bonito do Iguaçu, muitas famílias relataram que ele foi um dos primeiros a chegar após o tornado, oferecendo conforto, apoio emocional e auxílio prático àqueles que haviam perdido tudo.

Líderes religiosos de diferentes denominações manifestaram pesar nas redes sociais, destacando a atuação incansável do pastor em momentos de crise. Para muitos, João se tornou símbolo de serviço altruísta, colocando a missão humanitária acima das próprias necessidades e enfrentando longas jornadas para atender quem mais precisava.

Entre voluntários que atuavam ao seu lado, o sentimento é de profunda tristeza, mas também de gratidão pelas lições deixadas. Eles afirmam que sua postura firme, gentil e inspiradora motivou dezenas de pessoas a participarem das ações de socorro, reforçando o impacto positivo que ele teve na comunidade.

A tragédia reacende discussões sobre a segurança de equipes que atuam em zonas de desastre, especialmente quando precisam percorrer longas distâncias em estradas movimentadas. Para familiares, amigos e colegas de missão, resta agora o consolo de que o pastor João cumpriu sua vocação até o último momento, deixando um legado marcado pela solidariedade e pelo amor ao próximo.

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