Recepcionista conta quais foram as últimas palavras de criança antes de ser jogada pela mãe da janela de hotel em MG

Uma tragédia abalou Belo Horizonte (MG) após uma mãe jogar sua filha do décimo andar de um hotel e, logo em seguida, tirar a própria vida. Novos detalhes do episódio vieram à tona após o depoimento de uma recepcionista que presenciou parte da ocorrência.

Na manhã de segunda-feira, 1º de dezembro de 2025, uma criança de 6 anos morreu após ser arremessada pela própria mãe do décimo andar do Hotel Nacional Inn, localizado na região central da capital mineira. A mulher, tomada por um surto emocional, se jogou logo em seguida, na frente da filha adolescente, que assistiu ao desespero sem conseguir impedir a tragédia.

As principais informações foram fornecidas pela filha mais velha, de 13 anos, que presenciou toda a cena, além de testemunhas que estavam próximas ao local. De acordo com o relato da adolescente, a mãe afirmou que jogaria a filha mais nova e depois se mataria, chegando a dizer para a mais velha escolher entre pular junto ou ir morar com a avó.

Com a investigação inicial, detalhes perturbadores do que ocorreu dentro do quarto foram revelados. A menina de 6 anos teria se recusado a pular, momento em que a mãe lhe disse que ela “não teria opção”. Após declarar seu amor pela criança, a arremessou do décimo andar.

Desesperada, a adolescente correu para fora do quarto em busca de ajuda imediatamente após ver a irmã cair. Do lado de fora, gritos de desespero ecoaram pela rua e chamaram a atenção de funcionários e hóspedes. Uma recepcionista que estava no saguão ofereceu depoimentos que ajudaram a esclarecer o que ouviu.

A funcionária, Ludmila Peroni, relatou ao jornal O Tempo que ouviu um grito angustiante: “Papai, socorro”, seguido pelo forte impacto da queda. A criança caiu sobre uma marquise do prédio, enquanto a mãe atingiu a calçada poucos segundos depois.

Desde então, a adolescente de 13 anos está recebendo acompanhamento especializado, após vivenciar a morte da mãe e da irmã em circunstâncias extremamente traumáticas. A tragédia mobilizou equipes de polícia, bombeiros e profissionais de saúde mental.

A Polícia Civil investiga o caso como homicídio seguido de suicídio, enquanto moradores e comerciantes da região tentam lidar com o choque provocado pela brutalidade do episódio. O último pedido de socorro da menina segue ecoando na memória de quem ouviu.

A tragédia reacendeu debates sobre saúde mental e o impacto de surtos psicóticos não tratados dentro do ambiente familiar. Especialistas alertam que sinais de instabilidade emocional muitas vezes passam despercebidos ou são negligenciados, o que pode resultar em situações irreversíveis como esta.

As autoridades municipais também reforçaram a importância de fortalecer redes de apoio, especialmente para mulheres que enfrentam crises emocionais, depressão pós-parto ou transtornos psiquiátricos. A ausência de acompanhamento profissional pode transformar conflitos internos em riscos para toda a família.

Além disso, organizações que atuam na proteção à infância destacaram a urgência de investimentos em políticas de prevenção à violência doméstica. O caso expõe a fragilidade de crianças que, mesmo em ambientes aparentemente seguros, acabam vulneráveis a decisões desesperadas de adultos em sofrimento psicológico profundo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *