SC: Homem que foi preso sob suspeita de abusar e matar estudante faz relato assustador

O crime chocante deixou a comunidade local devastada. A manhã no Sul da Ilha, conhecida pelo movimento cedo de atletas, moradores e praticantes de atividades ao ar livre, tomou rumos inesperados quando a rotina de uma estudante da Universidade Federal de Santa Catarina deixou de seguir o habitual.

O trajeto, considerado comum por quem costuma percorrer a trilha que liga o Matadeiro à Praia da Armação, transformou-se em um ponto de atenção máxima. O que era mais um percurso cotidiano passou a mobilizar equipes de segurança, moradores e voluntários, desencadeando uma das buscas mais intensas já registradas na região.

A área, marcada pela vegetação densa e pelo fluxo crescente de turistas, sempre exigiu cautela dos visitantes, mas raramente havia sido palco de um episódio tão trágico. O clima de apreensão tomou conta do local conforme novas informações surgiam e a possibilidade de um desfecho grave se tornava cada vez mais real.

Catarina Kasten, pesquisadora e professora de idiomas, saiu de casa por volta das 6h50 para sua rotina diária de natação no mar, atividade que realizava com um grupo que se reunia na Igreja da Armação. Quando não retornou no horário de costume, seu companheiro imaginou que estivesse envolvida em algum compromisso inesperado. No entanto, mensagens de alunos por volta do meio-dia alertaram sobre pertences encontrados na trilha, aumentando a preocupação e levando ao acionamento imediato da Polícia Militar.

A partir desse momento, diversas equipes passaram a percorrer a região, enquanto moradores relatavam ter visto objetos pessoais ao longo do caminho. Durante as buscas, dois jovens comunicaram à polícia que haviam encontrado um corpo em uma área de difícil acesso, o que levou ao isolamento imediato da cena.

Órgãos de segurança iniciaram rapidamente o trabalho técnico. Imagens fornecidas por moradores e visitantes — captadas por câmeras instaladas na entrada da trilha e por fotografias feitas ao longo da manhã — ajudaram a identificar movimentos considerados suspeitos. Esses registros foram fundamentais para apontar um homem morador da região, conhecido por alguns frequentadores, que passou a ser investigado pelas autoridades.

Com base nas informações coletadas, equipes policiais chegaram até a residência do suspeito, que acabou detido. Giovane, ao ser interrogado, deu detalhes sobre como cometeu o crime. Segundo sua versão, retornava de uma festa sob efeito de drogas quando, alegando ouvir vozes, atacou Catarina de forma brutal e repentina.

Ele relatou ter imobilizado a vítima, cometido abusos e provocado sua morte utilizando uma corda. Depois, arrastou o corpo para a mata em uma tentativa de ocultar o crime. O suspeito apresentava arranhões nas costas, e em sua casa foram encontradas as roupas usadas durante o ataque, além de outros indícios que reforçaram sua participação.

Levado à delegacia, o caso passou a ser investigado como homicídio qualificado, acompanhando também a apuração de outros crimes correlatos. A comoção tomou conta não apenas da comunidade local, mas também do meio acadêmico, onde Catarina era muito querida. Professores, amigos e alunos expressaram profunda tristeza e indignação com o ocorrido.

O crime reacendeu discussões urgentes sobre segurança em trilhas e áreas de preservação, especialmente aquelas com grande circulação de pessoas durante as primeiras horas do dia. Moradores reforçaram pedidos por maior presença policial, instalação de novos pontos de monitoramento e campanhas de orientação para quem utiliza essas rotas regularmente.

A tragédia também abriu espaço para debates sobre saúde mental, uso de substâncias e prevenção da violência, levantando questionamentos sobre como a sociedade pode agir para proteger moradores e visitantes em regiões naturais. Para muitos, o luto vem acompanhado do desejo de transformar dor em ação, buscando garantir que episódios assim jamais voltem a se repetir.

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