VÍDEO: ‘Vaqueirinho’ teria aceitado Jesus antes de morrer em ataque de Leoa

A morte de Gerson de Melo Machado, conhecido como “Vaqueirinho”, continua repercutindo intensamente nas redes sociais e na imprensa local. O jovem de 19 anos perdeu a vida no último domingo, 30 de novembro, após ser atacado por uma leoa no zoológico da Bica, em João Pessoa.

O caso gerou forte comoção não apenas pela tragédia em si, mas também pelos momentos que antecederam o ataque. Testemunhas relatam que, antes de invadir o recinto do animal, Gerson havia participado de um momento de fé, no qual se emocionou e expressou o desejo de “mudar de vida”. Segundo relatos, ele foi abordado por um pastor nas proximidades do parque e aceitou participar de uma oração.

Pessoas próximas afirmam que o jovem demonstrava sinais de esperança, apesar de enfrentar um histórico de dificuldades financeiras e problemas relacionados à saúde mental — questões que, segundo conhecidos, nunca receberam a atenção adequada. A situação reforçou, novamente, o debate sobre o acompanhamento desses jovens em situação de vulnerabilidade.

Pouco tempo após a oração, Gerson escalou o muro de aproximadamente seis metros do zoológico e entrou no espaço onde a leoa estava confinada. O animal, agindo por instinto, atacou o rapaz, que não resistiu aos ferimentos.

O Instituto de Polícia Científica (IPC) confirmou a identidade do jovem, e a Polícia Civil segue investigando as circunstâncias do ocorrido. De acordo com as autoridades, Gerson possuía histórico de pequenos furtos e danos ao patrimônio. Na semana anterior ao ataque, havia sido solicitada uma avaliação psiquiátrica, mas o encaminhamento não chegou a ser efetivado.

O episódio levanta questões sobre a segurança dos zoológicos, mas também evidencia a vulnerabilidade de jovens que, como Gerson, vivem entre a fé, a fragilidade emocional e a falta de oportunidades. Nas redes sociais, muitas pessoas lamentam não apenas sua morte, mas também o fato de que seu desejo de recomeçar tenha sido interrompido tão abruptamente.

Hoje, o nome de “Vaqueirinho” se tornou um símbolo doloroso de quantos sonhos são perdidos quando a ausência de apoio e acompanhamento se soma a decisões impulsivas e desesperadas.

A tragédia reacendeu discussões sobre a necessidade de políticas públicas mais eficazes voltadas à saúde mental de jovens em situação de risco. Especialistas reforçam que intervenções precoces, aliadas a suporte psicossocial contínuo, podem evitar episódios extremos motivados por desorientação ou impulsividade.

Além disso, entidades de proteção animal e administradores de zoológicos têm revisado protocolos de segurança, preocupados com a possibilidade de novos incidentes. A combinação entre áreas vulneráveis de acesso e falhas no monitoramento pode representar riscos tanto para visitantes quanto para os próprios animais.

Enquanto isso, familiares e amigos de Gerson organizam homenagens silenciosas em seu bairro, ressaltando que, apesar das dificuldades, ele era um jovem querido e cheio de vontade de mudar. Para eles, sua história deve servir de alerta e, ao mesmo tempo, de apelo por mais cuidado, atenção e humanidade para com aqueles que vivem à margem da proteção social.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *