Vítima de ônibus que tombou na BR-423 tinha pedido por orações antes de embarcar; família desabafa

A família de uma das vítimas do ônibus que tombou na BR-423, em Pernambuco, concedeu entrevista e compartilhou a dor de uma perda irreparável.

Em um final de semana marcado pelo luto e pela despedida, foi sepultado neste domingo, 19 de outubro, o corpo de Flávio José da Silva, de 45 anos. O comerciante teve sua trajetória interrompida ao ser uma das 17 vítimas fatais do grave acidente ocorrido na noite da última sexta-feira.

O filho de Flávio, de 16 anos, emocionou-se ao falar com a TV Asa Branca sobre o impacto da tragédia. “Ele já estava no intuito dessa viagem, muito contente. E aí, de repente, pela madrugada, escutar essa triste notícia, que abalou muito nossas vidas”, contou o jovem, visivelmente abalado.

Segundo familiares, Flávio era um homem trabalhador, dedicado à família e querido pelos amigos. O adolescente revelou que, diante da notícia, já não restavam lágrimas. Os detalhes da viagem foram surgindo aos poucos — um roteiro que havia sido decidido de última hora, e que acabou se tornando o cenário de uma fatalidade.

Amigos relataram que Flávio havia mudado os planos poucos dias antes de embarcar. Horas antes do acidente, enviou uma mensagem a um amigo pedindo orações, já que seguiria em uma longa viagem a trabalho. Esse gesto simples hoje se torna uma lembrança simbólica de fé e proteção.

Conhecido por sua alegria e determinação, Flávio era um homem que enfrentava a rotina com coragem e esperança. Trabalhava incansavelmente para sustentar sua família e sonhava em expandir seus negócios, levando seus produtos para novas regiões. O que seria uma oportunidade de crescimento terminou de forma trágica, deixando um vazio profundo entre os que o amavam.

A comunidade onde ele vivia organizou homenagens e celebrações religiosas em sua memória. Comerciantes locais decidiram manter as lojas fechadas por algumas horas em sinal de respeito, e amigos próximos relembraram histórias que destacam sua generosidade e o carinho com que tratava todos ao seu redor.

A dor da família de Flávio se soma à de tantas outras que perderam entes queridos no mesmo acidente. O episódio reacende discussões sobre a segurança nas estradas, a necessidade de fiscalização constante e o impacto humano por trás das estatísticas. Cada nome, cada história, representa uma vida interrompida e um sonho que ficou pelo caminho.

A Polícia Civil segue investigando as circunstâncias do acidente, que vitimou outras 16 pessoas. Esta era a primeira viagem de longa distância que Flávio realizava para visitar clientes. A dor da perda é agravada pela consciência da luta diária que ele travava para oferecer uma vida melhor à sua família.

No momento, parentes e amigos se despedem de Flávio José da Silva com o coração dilacerado. O sentimento que prevalece é o de uma partida precoce e inesperada — a despedida de um pai de família que sonhava com dias melhores e cuja ausência será profundamente sentida.

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