Mulher que foi brutalmente morta pelo próprio marido em SC é identificada; e possível motivação vem à tona
Na noite da última terça-feira, 23 de setembro, um crime trágico abalou a cidade de Timbó, no Vale do Itajaí. O número crescente de casos de violência doméstica que terminam em fatalidade continua preocupando autoridades em todo o país. Muitas vezes, discussões motivadas por ciúmes ou conflitos cotidianos transformam-se em episódios irreversíveis, deixando famílias destruídas e comunidades em estado de choque.
A vítima foi identificada como Edenir Aparecida Goulart de Bittencourt, de 54 anos, mãe de dois filhos. Segundo informações da Polícia Militar, ela foi encontrada gravemente ferida dentro de uma caminhonete Ford Ranger, estacionada na Rua Pomerode, no bairro Pomeranos. O disparo fatal foi efetuado pelo próprio marido, após uma discussão.
Equipes do Samu e do Corpo de Bombeiros prestaram atendimento imediato, conseguindo levar Edenir ao Hospital OASE. Apesar dos esforços médicos, ela não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada de quarta-feira, 24 de setembro. O suspeito, de 47 anos, empresário do ramo de gesso, confessou ter atirado após um episódio de ciúmes.
O homem foi localizado escondido nos fundos de uma residência e preso em flagrante. Com ele, a polícia encontrou um revólver calibre .38 carregado e outras 13 munições intactas, além de cartuchos já deflagrados. Um funcionário do suspeito, que estava no veículo no momento do crime, prestou depoimento às autoridades. O caso, inicialmente registrado como tentativa de feminicídio, foi atualizado para feminicídio consumado após a confirmação da morte no hospital.
O delegado responsável pelo caso, Aderlan Camargo, destacou a gravidade da ocorrência e ressaltou a importância de denunciar sinais de violência antes que situações extremas aconteçam. Para ele, é fundamental que a sociedade esteja atenta a comportamentos abusivos e que familiares e amigos não hesitem em buscar ajuda para possíveis vítimas.
Esse é o primeiro caso de feminicídio registrado em Timbó em 2025, mas especialistas alertam que os números nacionais seguem alarmantes. De acordo com dados recentes, o Brasil registra, em média, um feminicídio a cada sete horas, o que reforça a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes de prevenção e proteção.
Organizações sociais e grupos de apoio às mulheres têm reforçado a importância da criação de redes de acolhimento, onde vítimas possam encontrar segurança e orientação. A ausência de denúncia, muitas vezes motivada pelo medo ou pela dependência emocional e financeira, contribui para a perpetuação desse ciclo de violência.
O episódio em Timbó reacende o debate sobre a responsabilidade coletiva no combate à violência de gênero. Além das autoridades, a sociedade civil também precisa se engajar, promovendo diálogo, educação e conscientização desde cedo, de modo a desconstruir padrões de comportamento que alimentam a violência contra a mulher.
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