Menino de 5 anos morreu após ingerir líquido por engano
O desfecho do caso finalmente veio à tona. A morte de Benedict Blythe, um menino de apenas 5 anos com histórico severo de alergias, voltou ao centro das discussões públicas na Inglaterra após a divulgação de um relatório que apontou falhas críticas da escola e das autoridades na condução do episódio.
O incidente ocorreu em 2021, mas foi novamente exposto depois de um inquérito com júri realizado em julho e da publicação do Relatório de Prevenção de Mortes Futuras, documento que destacou negligências que podem ter contribuído diretamente para a tragédia.
Benedict era aluno da Barnack Primary School, localizada na cidade de Stamford. Ele vivia sob forte restrição alimentar devido a alergias graves a leite, ovos, nozes e kiwi, além de conviver com asma.
Um plano de cuidados acordado com a escola determinava que o menino deveria consumir apenas leite de aveia, mantido em uma geladeira exclusiva e entregue diretamente na sala de aula, evitando qualquer risco de contaminação cruzada. No entanto, esse protocolo não foi cumprido no dia da ocorrência.
Segundo o inquérito, a bebida foi fornecida na sala dos funcionários, um ambiente totalmente fora do controle de segurança alimentar estabelecido para a criança. Essa mudança elevou significativamente o risco de contato com traços de leite de vaca.
Depois de ingerir o líquido, Benedict retornou à sala de aula, mas começou a apresentar sinais de reação alérgica — entre eles, vômito, um sintoma recorrente em seu histórico médico. Ainda assim, a criança permaneceu em sala até perder a consciência. A equipe escolar só acionou os serviços de emergência nesse momento.
Apesar da aplicação de adrenalina e das tentativas de reanimação feitas pelo próprio pai, Peter Blythe, o menino não resistiu.
O relatório também criticou duramente a atuação da polícia do Reino Unido, que não coletou amostras do vômito da criança — um erro que atrasou o diagnóstico e comprometeu a investigação inicial. A ausência desse material levou a uma interpretação equivocada de que Benedict teria ingerido um biscoito, hipótese posteriormente descartada.
O júri concluiu que a proteína do leite de vaca, ingerida acidentalmente por meio do recipiente utilizado pela criança, foi o gatilho da anafilaxia fatal.
O caso expôs falhas profundas nos protocolos de segurança para alunos com necessidades especiais em ambientes escolares, reforçando a necessidade urgente de treinamento adequado para lidar com alergias graves.
Além disso, o episódio evidencia a importância de investigações rigorosas, bem estruturadas e que preservem todas as evidências clínicas. Muitas vidas poderiam ser salvas com medidas simples — como seguir fielmente planos de cuidado e manter procedimentos básicos de prevenção.
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