Pai faz desabafo após perder a filha para um desafio viral que circula nas redes sociais
O caso serve de alerta para pais e responsáveis. A circulação de desafios perigosos nas redes sociais voltou a chamar atenção após a morte de uma adolescente de 13 anos no interior da Inglaterra, reacendendo o debate sobre segurança digital e a influência de conteúdos nocivos entre jovens.
A prática conhecida como chroming — que consiste na inalação de substâncias químicas para provocar sensação momentânea de euforia — tem preocupado especialistas devido ao alto potencial de causar danos severos, especialmente entre menores de idade que desconhecem os efeitos imediatos e as consequências para a saúde.
Tiegan Jarman foi encontrada desacordada no quarto da casa do pai, em Thurmaston, no condado de Leicestershire. O socorro foi acionado imediatamente, mas, apesar dos esforços, as equipes médicas não conseguiram reverter o quadro.
Segundo relatos da família, a adolescente inalou vapores tóxicos liberados por um produto aerossol, o que desencadeou uma reação grave e fatal. Ainda não é possível afirmar se ela já havia praticado a inalação antes, mas os familiares afirmam que a perda provocou um impacto devastador em todos.
O pai de Tiegan descreveu a filha como uma menina carinhosa, criativa e ousada, ressaltando que lembranças simples do cotidiano agora se tornaram extremamente dolorosas. Ao lado da família, ele decidiu transformar o luto em uma mensagem de conscientização destinada a outros pais, destacando a necessidade de atenção redobrada quanto aos conteúdos consumidos por crianças e adolescentes nas redes sociais.
A adolescente tinha três irmãos e quatro meio-irmãos, e a mobilização familiar ganhou ainda mais força após a irmã mais velha criar uma petição online para ampliar a conscientização sobre os riscos associados a tendências digitais perigosas.
A iniciativa pede que o tema seja incluído de forma estruturada no currículo escolar, garantindo que crianças e jovens recebam orientação adequada sobre comportamentos de risco na internet. A proposta também sugere que produtos suscetíveis a mau uso exibam avisos mais claros em suas embalagens, com alertas explícitos sobre os perigos da inalação indevida.
Com mais de mil assinaturas, a família espera que a mobilização contribua para evitar que outras famílias vivenciem tragédias semelhantes e estimule um debate mais amplo sobre responsabilidade digital, proteção de jovens e limites do conteúdo nas plataformas.
Especialistas em comportamento digital afirmam que o aumento de desafios perigosos entre adolescentes está diretamente ligado à falta de supervisão e ao fácil acesso a conteúdos impróprios. Muitos jovens são atraídos pelo desejo de aceitação ou curiosidade, sem ter noção dos riscos irreversíveis envolvidos.
Pesquisadores defendem que plataformas digitais reforcem filtros e mecanismos de detecção para identificar e remover rapidamente conteúdos que estimulem práticas perigosas. Segundo eles, a tecnologia já permite esse tipo de monitoramento, mas a aplicação ainda é falha e desigual entre as redes sociais.
Enquanto isso, escolas, famílias e profissionais de saúde mental reforçam a importância do diálogo aberto com crianças e adolescentes. Informar, orientar e acompanhar o uso da internet são medidas fundamentais para prevenir tragédias como a que tirou a vida de Tiegan Jarman, lembrando que a proteção digital é uma responsabilidade coletiva.
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