Diagnóstico tardio: jovem de 28 anos descobre que está com câncer avançado de estômago após sintomas ignorados

De “azia” a câncer terminal: jovem de 28 anos é diagnosticada tardiamente com tumor no estômago

Georgia Gardiner, uma jovem britânica de 28 anos, moradora de Leeds, vivia uma vida ativa e saudável até começar a sentir desconfortos persistentes na parte superior do abdômen. Durante meses, mesmo após diversas idas ao médico, seus sintomas foram atribuídos a algo aparentemente banal: “apenas azia” ou refluxo gástrico.

Com o passar do tempo, os sintomas pioraram. Só então Georgia foi encaminhada para exames mais aprofundados. O diagnóstico veio como um golpe devastador: linite plástica, uma forma rara e agressiva de câncer gástrico, já em estágio 4. Em junho, exames confirmaram que o tumor havia se espalhado para tecidos próximos e gânglios torácicos, tornando o quadro irreversível. O prognóstico é terminal, com expectativa de vida estimada em cerca de um ano.

Segundo os médicos, o câncer já se encontrava em estágio tão avançado que não havia mais possibilidade de tratamento curativo. Antes apaixonada por gastronomia, Georgia relata que passou a sofrer com náuseas constantes, dores intensas e perda completa de apetite. “Meu corpo estava rejeitando tudo. Era uma dor aguda e contínua”, relembra ela em entrevista ao Daily Mail. Foram necessárias seis consultas médicas e muita insistência para que ela finalmente fosse submetida a uma endoscopia — o exame que revelou o tumor.

De acordo com dados da Cancer Research UK, cerca de 6,5 mil pessoas desenvolvem câncer de estômago anualmente no Reino Unido. Nos Estados Unidos, o número ultrapassa os 30 mil casos por ano. A doença causa aproximadamente 4 mil mortes anuais entre britânicos e cerca de 11 mil entre americanos.

Embora esse tipo de câncer afete, em sua maioria, pessoas com mais de 75 anos, ele pode surgir em qualquer faixa etária. Por isso, a detecção precoce é essencial: quando diagnosticado nos estágios iniciais, até 65% dos pacientes conseguem viver por mais de dez anos após o tratamento. “Se meus sintomas tivessem sido investigados com mais atenção desde o início, talvez a doença tivesse sido descoberta em tempo de ser tratada”, lamenta Georgia.

Sem histórico familiar da doença, ela decidiu tornar sua história pública nas redes sociais, com o intuito de conscientizar outras pessoas sobre os riscos de se ignorar sinais aparentemente inofensivos. Hoje, dedica seus dias ao convívio com a família e à missão de alertar o maior número possível de pessoas.

O caso de Georgia lança luz sobre um problema recorrente: a banalização de sintomas digestivos comuns. Embora azia e refluxo sejam frequentemente benignos, sua persistência ou agravamento deve sempre ser levada a sério. A falta de exames apropriados pode custar tempo precioso — e, como no caso dela, a própria vida.

Especialistas alertam que o diagnóstico tardio ainda é uma das principais barreiras no combate ao câncer gástrico. Muitas vezes, os sintomas iniciais são vagos e facilmente confundidos com condições menos graves, o que reforça a importância de uma investigação clínica mais criteriosa por parte dos profissionais de saúde.

O relato corajoso de Georgia não apenas emociona, mas também educa. Ele serve como um apelo à empatia no atendimento médico, à valorização dos sinais do corpo e à necessidade de ouvirmos nossos próprios instintos quando algo não parece certo. Sua história, embora marcada pela dor, se transforma em um legado de conscientização.

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