Jovem que perdeu a vida em Curitiba havia chegado ao Brasil poucas horas antes do crime, diz a polícia
Caso de feminicídio em Curitiba permanece cercado de mistério e levanta alertas sobre relacionamentos virtuais
A trágica morte de Anne Leigh McKenzie, de 27 anos, ocorrida em Curitiba, continua sendo investigada pelas autoridades locais. Natural da África do Sul, Anne havia chegado ao Brasil apenas um dia antes de ser assassinada a tiros por seu companheiro, o norte-americano Ian Alexander Bruder Hay, de 30 anos.
De acordo com a Polícia Civil do Paraná, o crime aconteceu no sábado (19), e os corpos foram encontrados no domingo (20), em um apartamento de cobertura localizado no centro da capital. A descoberta ocorreu após uma criança que mora no andar inferior perceber manchas de sangue escorrendo pelas paredes. A família acionou a Polícia Militar, que arrombou a porta do imóvel e localizou os corpos sem vida.
O triplex havia sido alugado por Ian por dois meses. Ele estava no Brasil desde dezembro de 2024. A delegada Magda Hofstaetter, responsável pelo caso, confirmou que Ian disparou duas vezes contra Anne antes de cometer suicídio. Os celulares de ambos foram apreendidos e estão sendo periciados na tentativa de esclarecer as circunstâncias do crime.
Segundo relatos da mãe de Anne, ela conheceu Ian durante uma viagem da filha aos Estados Unidos, no ano anterior. No entanto, tudo indica que o relacionamento entre o casal se deu majoritariamente à distância, com poucos encontros presenciais. A origem da arma usada no crime, uma pistola 9mm sem numeração, ainda está sendo investigada.
No local, a polícia encontrou diversos itens que complicam ainda mais a apuração: munições, um carregador de alta capacidade em formato de caracol, seringas, drogas, joias, seis celulares e materiais para modificação de armas. A presença desse arsenal levanta suspeitas sobre possíveis atividades paralelas envolvendo Ian.
Entre as hipóteses investigadas está a possibilidade de que Ian estivesse envolvido com o comércio ilegal de armas ou substâncias ilícitas. A polícia trabalha com várias linhas de investigação, incluindo a de que o crime possa ter sido premeditado, considerando os objetos encontrados e o histórico de relacionamento conturbado.
A morte de Anne reacende o debate sobre o controle de armas ilegais no país e os riscos associados a relacionamentos iniciados em ambientes digitais, especialmente quando envolvem pessoas com histórico desconhecido. Autoridades e especialistas ressaltam a importância da conscientização e do cuidado ao estabelecer vínculos íntimos com indivíduos pouco conhecidos.
Além do aspecto criminal, o caso também comove pela brutalidade e rapidez com que se desenrolou. Amigos de Anne relataram que ela estava animada com a viagem ao Brasil e esperava construir um futuro ao lado de Ian. A tragédia, no entanto, interrompeu abruptamente esse sonho e deixou uma família em luto e uma sociedade em alerta.
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