Luto:morre bebê de grávida que era mantida viva por aparelhos no Mato Grosso
Adryan Miguel Sousa Borges viveu por menos de 24 horas, mas sua breve existência deixou uma marca profunda de dor e comoção no estado de Mato Grosso. A história de sua mãe, Joyce Sousa Araújo, de 21 anos, e da sequência trágica de eventos que culminaram na perda de ambos, tocou o coração de todos que a acompanharam.
Adryan nasceu na manhã de sexta-feira, pesando apenas 900 gramas, e foi imediatamente transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da Santa Casa de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá. Apesar dos esforços incansáveis da equipe médica, a extrema prematuridade do bebê tornou o quadro irreversível, levando ao seu falecimento na madrugada de sábado.
A tragédia começou a se desenrolar em 20 de dezembro de 2024, quando Joyce desmaiou em Jaciara e foi levada ao hospital. Posteriormente, foi transferida para Rondonópolis, onde enfrentou procedimentos médicos complexos. Uma cirurgia delicada foi realizada para aliviar o inchaço cerebral, incluindo a remoção de parte do crânio, mas, apesar das intervenções, Joyce teve a morte cerebral confirmada em 1º de janeiro.
João Matheus Silva, pai de Adryan, esteve ao lado da esposa e do filho durante todo o processo. O parto, inicialmente previsto para fevereiro, foi antecipado devido a complicações respiratórias que tornaram impossível esperar. Após o nascimento do bebê, os aparelhos que mantinham Joyce viva foram desligados, e seu corpo foi transportado para Araguaína, no Tocantins, onde ela seria velada por seus familiares.
O casal, junto há seis anos, havia se mudado para Mato Grosso em busca de uma vida melhor. João trabalhava como ajudante em uma ferrovia, enquanto Joyce atuava como vendedora até descobrir a gravidez. A perda da esposa e do filho em um intervalo tão curto transformou o sonho de uma nova vida em um pesadelo inimaginável.
Os médicos que acompanharam o caso ressaltaram a gravidade da condição de Joyce, agravada possivelmente por um aneurisma que não havia apresentado sintomas prévios. Durante a gestação, no entanto, as dores de cabeça frequentes começaram a surgir, sinalizando que algo estava errado. João destacou a imprevisibilidade da situação, dizendo que nunca imaginou que algo assim pudesse acontecer.
Diante da tragédia, a comunidade local se uniu para apoiar João e as famílias enlutadas. Amigos, vizinhos e até desconhecidos se mobilizaram para oferecer palavras de conforto e ajuda prática em um momento tão difícil. A história de Joyce e Adryan trouxe não apenas tristeza, mas também reflexões sobre a fragilidade da vida e a importância de se buscar cuidados médicos diante de sintomas aparentemente simples, como dores de cabeça persistentes.
Apesar da dor irreparável, João tenta encontrar forças para seguir em frente, honrando a memória de Joyce e Adryan. Ele expressa sua gratidão por todo o apoio recebido e acredita que, de alguma forma, sua história pode servir de alerta para outras pessoas. A luta pela vida da esposa e do filho, embora breve, foi um testemunho de amor, coragem e resiliência.
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