Polícia descobre a verdade sobre jovem encontrado pendurado em árvore após megaoperação do RJ
Autoridades concluem perícia sobre morte de jovem encontrado em árvore durante megaoperação no Rio
Após a conclusão da perícia em um dos casos mais chocantes da megaoperação policial no Rio de Janeiro, o laudo sobre a morte de Yago Ravel Rodrigues Rosário trouxe novas informações nesta sexta-feira, dia 31 de outubro. O caso, amplamente divulgado nas redes sociais, chamou atenção pela brutalidade e pela controvérsia em torno das circunstâncias da morte.
Segundo o laudo obtido pela coluna Na Mira, Yago foi atingido por um disparo de fuzil, que atravessou o abdômen e causou ferimentos graves no fígado e no pulmão. A perícia indica que o tiro foi efetuado de baixo para cima, o que sugere que a vítima estava em posição inferior ao atirador no momento do disparo.
De acordo com os peritos, a morte de Yago ocorreu em decorrência do ferimento causado pelo tiro. O documento também indica que, após o disparo, houve mutilações posteriores ao óbito, o que intensificou o impacto e a repercussão do caso. Esses detalhes reforçam a necessidade de uma investigação minuciosa sobre o que aconteceu nos minutos seguintes ao confronto.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro trabalha com a hipótese de que o crime tenha sido cometido por rivalidades internas do tráfico e não por agentes de segurança. Segundo a corporação, o cenário de intenso confronto no momento do disparo tornaria “inviável” o acesso imediato de policiais ao corpo, o que enfraquece a suspeita de envolvimento de agentes públicos na mutilação.
O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, já havia declarado anteriormente: “Quem disse que foi a polícia que cortou a cabeça? Os criminosos podem ter feito isso”. Essa fala, agora reforçada pelas conclusões periciais, corrobora a tese de que a ação teria sido uma tentativa de manipular a narrativa dos fatos, com o objetivo de descredibilizar a operação e gerar comoção pública.
Fontes ligadas à investigação afirmam que o caso de Yago se insere em um contexto mais amplo de disputa entre facções e da forte presença do tráfico nos complexos do Alemão e da Penha. A megaoperação, batizada de “Operação Contenção”, resultou em mais de 120 mortes e segue sendo alvo de acompanhamento do Ministério Público e de entidades de direitos humanos.
Para especialistas em segurança pública, o episódio revela tanto o nível de violência presente nas comunidades dominadas por facções quanto a complexidade das operações de grande escala. Eles ressaltam que a transparência e a celeridade nas perícias são fundamentais para garantir credibilidade às forças de segurança e esclarecer eventuais abusos.
Desde a terça-feira, dia 28 de outubro, o Rio de Janeiro vive o rescaldo da operação, com reforço policial nas áreas afetadas e investigações em andamento. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) segue apurando as circunstâncias de todas as mortes registradas durante a ação. O laudo de Yago, contudo, reforça a extrema brutalidade do episódio e a urgência de respostas que restabeleçam a confiança da população nas instituições.
A Polícia Civil informou que continua ouvindo testemunhas e analisando provas coletadas no local. O objetivo é identificar os responsáveis pelas ações pós-confronto e esclarecer se houve tentativa deliberada de manipulação de evidências. O resultado final das investigações deve ser encaminhado ao Ministério Público nas próximas semanas.
Deixe um comentário