Sobreviventes do grave acidente na BR-116 relatam momentos de pânico e desespero

No último sábado, 21 de dezembro, ocorreu um grave acidente na BR-116, na região de Lajinha, em Minas Gerais, envolvendo um carro, um ônibus e uma carreta. O trágico incidente resultou na morte de 41 pessoas.

Os três sobreviventes que estavam no carro, Renério da Silva Freire, Fagner dos Santos Silva Pires e Amanda, concederam uma entrevista ao programa Fantástico, da Globo, neste domingo, 22 de dezembro, e relataram os momentos de pânico e o que aconteceu antes e depois da tragédia.

Renério, que estava dirigindo o veículo, viajava do Rio de Janeiro para passar as festas de fim de ano com sua família. Ele estava acompanhado de seu amigo Fagner e da esposa deste, Amanda.

Relato do impacto

De acordo com Renério, o ônibus que estava à frente perdeu o controle após o estouramento de um pneu, invadindo a contramão e colidindo frontalmente com uma carreta carregada com pedras de granito. A carga da carreta agravou ainda mais a gravidade do acidente, resultando em 41 mortos.

Fagner relembrou o momento do impacto: “Eu ainda falei: ‘René, vai estourar’. E, de repente, o pneu fez ‘buuum’. O ônibus perdeu o controle e avançou para o outro lado”, contou, recordando a tensão do momento.

Desespero e sorte em meio ao caos

O carro onde os três estavam ficou preso sob a carreta, e Amanda, que teve as pernas presas pelas ferragens, descreveu o desespero vivido naqueles minutos. “Muita gente estava gritando e pedindo socorro”, disse ela, relatando o caos.

Apesar das dificuldades, os três conseguiram escapar a tempo, antes que o combustível vazado pudesse causar um incêndio ainda maior. Eles consideram que tiveram sorte, dado o tamanho da tragédia.

Enquanto Renério e Fagner tentavam desesperadamente libertar Amanda das ferragens, as chamas começaram a tomar conta do ônibus, tornando impossível qualquer tentativa de resgatar os ocupantes. Eles descreveram a situação como extremamente perigosa, com o fogo se espalhando rapidamente, o que aumentou ainda mais o caos e a gravidade do acidente.

A Polícia Civil informou que 41 corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal de Belo Horizonte, dos quais 12 já foram identificados. As investigações iniciais indicam que o excesso de peso das pedras de granito transportadas pela carreta pode ter contribuído para o desastre, agravando ainda mais a colisão.

O motorista da carreta, que tinha a carteira de habilitação suspensa há dois anos, é considerado foragido. Ele será responsabilizado pelo acidente, e as investigações seguem para apurar todos os detalhes da tragédia.